Ministério Público do Ceará deflagra ofensiva contra as aglomerações de campanha

O entendimento do Ministério Público Estadual, evidenciado ontem pelo Procurador-geral de Justiça do Estado, Manuel Pinheiro, é: os candidatos que deliberadamente promovem eventos que causam aglomerações e põem em risco a saúde pública estão desequilibrando o jogo eleitoral em relação aos concorrentes que estão cumprindo as normas sanitárias, e isso constitui-se abuso de poder político e econômico. Daqui para a frente, informa o órgão cujos promotores atuam na fiscalização das eleições, sob o comando da Procuradoria Regional Eleitoral, do Ministério Público Federal, serão apresentadas contra os irresponsáveis ações com pedido de cassação das chapas. Ou seja, caso os candidatos continuem promovendo verdadeiras micaretas nas ruas poderão ser cassados. Isso vale para a Capital e para o interior.

Terceira tentativa

A ofensiva do órgão de controle ocorre depois de duas tentativas que foram os acordos entre os candidatos em diversos municípios e, em outros vários casos, ações judiciais para coibir as práticas ilegais. Ao todo, 81 municípios tiveram alguma ação dos promotores neste sentido. Desde o início da campanha, esta coluna vem mostrando os riscos dos eventos da campanha eleitoral. Da forma que está, inclusive, as campanhas estão representando, sim, risco à saúde da população e se fazia necessária uma ação mais enérgica. A pandemia não acabou e há sinais de aumento do número de casos e da taxa de positividade. É urgente o alerta.

No Cariri

Ao tempo em que o Ministério Público anunciava, em Fortaleza, o novo conjunto de medidas, no Cariri, juizes eleitorais e promotores convocaram candidatos em Juazeiro do Norte para discutir o fim destes eventos. Chegou-se a cogitar um acordo entre os candidatos, mas os promotores recusaram. Há uma ação movida na Justiça sobre o assunto e, lá, candidatos têm descumprido sistematicamente os acordos. Todos estão submetidos ao risco das novas regras. O esperado é que, a partir de agora, haja uma redução nos casos de descumprimento. A conferir.

Disputa particular

Com a campanha eleitoral se aproximando da reta final, está claro que Capitão Wagner (Pros), Sarto Nogueira (PDT) e Luizianne Lins (PT) são os que disputarão para valer a Prefeitura de Fortaleza neste ano. O embate direto entre os três - na Justiça, nas ruas e nas redes - além das pesquisas eleitorais mostram que estão bem distantes do segundo pelotão. Um dos três deverá ser o próximo prefeito da Capital.

Cenário difícil

Segundo entrevistado do PontoPoder Eleições, exibido ontem, Arnon Bezerra (PTB) evitou alfinetar adversários e minimizou o alto índice de rejeição (38%) apontado pela primeira pesquisa Ibope para a cidade, encomendada pela TV Verdes Mares, e divulgada no dia 19. O atual prefeito tem um cenário difícil para enfrentar em Juazeiro, que nunca reelegeu um gestor. Além disso, Arnon Bezerra está tecnicamente empatado na intenção de votos do eleitor, com 25% da preferência, com seus dois principais opositores: Glêdson Bezerra (Podemos), com 24%, e Nelinho (PSDB), com 20%.



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