Fortaleza no debate nacional

O encontro do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) com o ex-presidente Lula (PT), por intermédio do governador Camilo Santana (PT), no começo de setembro, por óbvio, não foi apenas para que cada um expusesse as mágoas e as marcas do passado. Tampouco se alongou para tratar de parceria eleitoral para 2022.

O assunto girou em torno da oposição ao presidente Jair Bolsonaro e isso, evidentemente, passa pela eleição de 2020.Lula não se manifestou, Camilo apenas confirmou o encontro por meio de sua assessoria e Ciro fez uma postagem nas redes sociais para falar bem "por cima" sobre o encontro que ocorreu no início de setembro e guardou discrição até a semana passada, quando veio à tona.

A sucessão municipal no Ceará foi um dos temas. As conversas trataram do cenário nacional a partir das disputas no Ceará, inclusive sobre a situação de Fortaleza.

Cenário da capital

Aqui, quem lidera as pesquisas é Capitão Wagner (Pros) um aliado do presidente Bolsonaro - já havia esse panorama no dia 1º de setembro, data do encontro entre os dois. Camilo Santana defendeu publicamente uma união de PT e PDT na Capital e, posteriormente, sem sucesso na possibilidade, passou a pedir um pacto de "não agressão" entre os candidatos, estratégia que acabou prejudicada pelas circunstâncias da disputa no primeiro turno entre Sarto e Luizianne.

A candidata petista, aliás, sofreu dois duros golpes na última semana em que viajou a São Paulo para gravar com o ex-presidente Lula: apareceu numericamente atrás do pedetista nas pesquisas - mas em empate técnico - e veio a público o encontro de Ciro - um dos principais adversário dela - com Lula. Alvo de ataques de Sarto, Luizianne reagiu como uma metralhadora giratória. Promete subir o tom contra o grupo governista.

Entretanto, o petista com mais prestígio no Ceará, Camilo Santana tem dado todas as demonstrações de que sua aposta em Fortaleza é Sarto e não a correligionária. E esse cenário foi alvo da conversa em São Paulo.

Cenário provável

Entrando em fase decisiva, a campanha eleitoral em Fortaleza chega hoje às duas últimas semanas em um tom de embate entre os principais candidatos.

Pelo cenário desenhado até aqui, já é possível dizer que, salvo algo improvável, teremos segundo turno e que nele estarão dois destes três primeiros colocados nas pesquisas: Capitão Wagner (Pros), Sarto (PDT) e Luizianne (PT). Os demais candidatos dificilmente terão tempo para uma reação.

Líderes nacionais

Será oportunidade também para observar a participação dos líderes nacionais no apoio aos seus concorrentes. Até o momento, apenas Lula apareceu explicitamente no programa de sua correligionária pedindo voto. Ciro, embora tenha comparecido a alguns atos de campanha de rua antes de se contaminar com o coronavírus, ainda não apareceu no programa do seu correligionário. Esta semana também marca a data em que o presidente Bolsonaro avisou que entrará na campanha. A expectativa é que grave para Wagner.

Dificuldades

O presidente, inclusive, já começou a gravar para seus aliados no Rio de Janeiro e em São Paulo. Tanto Crivella como Russomano estão enfrentando dificuldade. Essa realidade se repete na maioria das capitais. Fortaleza é uma das poucas em que um candidato ao qual o presidente sinalizou apoio lidera as pesquisas.



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