Conforme esta coluna antecipou na última sexta-feira (4), o deputado estadual Evandro Leitão será o novo presidente da Assembleia Legislativa do Ceará. A articulação foi feita pelo grupo governista sob o comando do atual presidente, Sarto Nogueira, que, dia 1º de janeiro, se tornará prefeito de Fortaleza e já deixará seu sucessor resolvido. A eleição, inclusive, já acontece nesta terça-feira (8). Havíamos antecipado aqui também que o ato formal aconteceria já nesta semana, antes, portanto, do dia 15, a data limite regimental.
A escolha para o comando do Poder Legislativo Estadual não é pouca coisa e eleva o peso político de Evandro Leitão a um outro patamar dentro do grupo governista. Basta, em breve retrospectiva, ver o peso que os ocupante do cargo tiveram nos últimos mandatos para perceber a diferença.
Cargo estratégico
Do comando da Assembleia Legislativa saíram Domingo Filho para ocupar a vice-governadoria no segundo mandato de Cid Gomes no governo do Estado. Foi no cargo que o comando do grupo foi buscar Roberto Cláudio, um deputado estadual de segundo mandato, que já surpreendera ao ser alçado ao cargo de presidente da Casa, para a disputa da Prefeitura de Fortaleza contra o PT de Luizianne Lins, que estava com a máquina na mão em 2012. De lá também saiu Sarto Nogueira para a disputa da Prefeitura da Capital para alcançar nova vitória.
Perfil de diálogo
De perfil discreto, mais afeito aos acordos de bastidores do que propriamente dos microfones do plenário, Evandro é um pedetista próximo do governador Camilo Santana (PT). Foi seu líder na Casa e já foi cotado para a Presidência na eleição de Sarto ao comando. Acabou pegando o segundo principal cargo do Legislativo, a 1ª Secretaria. Segundo os colegas, Evandro foi um nome fácil de ser vendido para os parlamentares, pelo perfil de diálogo que adotou. Nos bastidores, os deputados dizem que agregou apoio sem maiores resistências, a não ser no caso dos que tinham interesse direto.
Olho em 2022
A ocupação do cargo põe, inclusive, o novo presidente na linha sucessória do governador Camilo Santana (PT) para 2022. Caso queira disputar uma vaga no Senado, por exemplo, Camilo terá que renunciar ao cargo de governador.
Nesta hipótese, Izolda Cela assumiria o cargo e o presidente da Assembleia ficaria como o primeiro na linha de sucessão do Estado. Para essa engenharia política, entretanto, é necessário que os que estão na linha de sucessão estejam totalmente alinhados. Evandro parece ter o perfil.
Conselho trabalhando
No dia em que anunciou a nova composição do seu comando, a Assembleia resolveu enquadrar três deputados estaduais no Conselho de Ética. Passam a responder a processo administrativo André Fernandes (de novo), Leonardo Araújo (MDB) e Osmar Baquit (PDT). A decisão foi tomada na segunda. No caso dos dois últimos, a motivação foi a troca de insultos em plena Mesa Diretora da Casa em março deste ano, pouco antes da pandemia. No caso de André Fernandes, foi aprovada ação movida pelo PSDB por declarações do parlamentar relativa a emissão de certidões de óbito em meio à pandemia. Ainda na segunda, o conselho rejeitou outras duas ações contra Fernandes.