Existem discursos que os políticos já têm prontos para abordar sobre as parcerias administrativas. Quando são aliados, afirmam que a união de esforços favorece a população. Quando adversários, argumentam que as cobranças mútuas trazem benefícios à sociedade. Mas isso é falacioso. A parceria administrativa não é um favor dos políticos à população, mas sim uma obrigação republicana e constitucional, independentemente da afinidade partidária.
Hoje, esse desafio está diante do governador Elmano de Freitas (PT) e do prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT). Eles terão a primeira reunião de trabalho após sete meses de convivência entre os dois líderes das maiores máquinas administrativas do poder público no Ceará.
Na reunião, mais do que acertar os detalhes sobre projetos prioritários em execução, será necessário estabelecer, em nome da sociedade, um pacto de civilidade.
A cada desentendimento entre as gestões, ocorre uma guerra de narrativas de ambos os lados, à qual a população assiste atônita, sem compreender claramente o que está acontecendo.
A colaboração administrativa liderada pelo governador e pelo prefeito, independentemente das afinidades políticas, permite um planejamento estratégico para a aplicação dos recursos públicos. A união dos esforços pode evitar desperdícios, aprimorar a utilização das verbas e garantir serviços à população.
Na Saúde, por exemplo, uma área alvo de divergências entre as partes desde o início do ano, o trabalho conjunto viabiliza um planejamento de longo prazo com execução garantida à população, apesar das mudanças políticas.
Elmano e Sarto precisam intervir para garantir o progresso das obras e dos serviços essenciais, bem como para que a comunicação institucional entre os órgãos públicos possa fluir normalmente com um objetivo: proporcionar respostas rápidas à população que necessita dos serviços. Não é aceitável que uma mesma via pública tenha velocidades máximas diferentes por conta de divergências eventuais entre os gestores.
Em resumo, a boa gestão pública deve prevalecer sobre as diferenças partidárias e os interesses políticos individuais. Governador e prefeito têm procurado, em seus discursos, afirmar que as questões eleitorais serão abordadas só no próximo ano. É necessário que garantam isso na prática. E devem começar a partir de hoje.
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