Os casos de contaminação e mortes pelo coronavírus avançam em velocidade considerável e são seguidos de perto pelas divergências entre as lideranças políticas em Brasília. O dia de ontem foi um dos emblemáticos que mostram o tiroteio de difícil compreensão para o cidadão comum. Enquanto vê o presidente Bolsonaro reiterar críticas ao isolamento social, o cidadão vê o apelo do governador Camilo Santana para que fique em casa no estado cuja Capital é a cidade do País com mais mortes para cada milhão de habitantes. O caso é gravíssimo.
A semana começou ainda com novas especulações sobre as divergências entre Bolsonaro e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. No fim do dia, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto que socorre os estados e municípios em meio à crise, mas o governo, que detém a chave do cofre, é contra. São estimados R$ 80 bilhões, que não estão disponíveis, diz o Ministério da Economia.
Salve-se quem puder
A votação no Congresso Nacional sobre os recursos aos entes federados surpreendeu pelo placar elástico e pelas dificuldades de articulação (que não são novas para o Planalto). Foram 431 votos a 70. Em um momento delicado, o governo federal só conseguiu arregimentar sete dezenas de parlamentares de um total de 513. A solução para o governo é correr atrás do prejuízo no Senado ou, em último caso, recorrer ao veto do presidente. As divergências políticas estão fazendo o Brasil desperdiçar uma energia importante em meio à pandemia. O embate entre os políticos se espalha pelos grupos de Whatsapp e gera um alto nível de desinformação.
Mudança de planos
Lideranças ligadas ao bolsonarismo no Ceará deixaram o PSL no fim do prazo de filiações para quem pretende concorrer na eleição de outubro. Nomes como Hélio Góis, ex-candidato ao governo do Estado pelo partido, e Coronel Bezerra, agora estão filiados ao PROS, liderado no estado pelo deputado federal Capitão Wagner, que até recentemente estava em cima do muro em relação ao presidente.
Sinal de alerta
A crise do coronavírus traz um impacto grande na economia. Do setor privado e, naturalmente, do setor público. Desde que o Estado resolveu adotar as medidas de isolamento social, assusta a queda de arrecadação do ICMS, por exemplo, de combustíveis e de energia elétrica. Por isso, todos os poderes do Estado estão apertando os cintos.
No Judiciário
Nesta segunda, por sinal, o TJCE aprovou, na primeira sessão virtual da história, projeto para postergar promoções e ascensão funcional dos seus servidores.