Divergências entre Bolsonaro e governadores estão atrapalhando o Brasil

A conjuntura política do Brasil de 2020 é um exemplo bem acabado da cisão causada pelas divergências entre grupos sociais no País com turbulências graves, na última década. E os limites institucionais estão sendo colocados à prova justamente em um momento que exige maturidade política, liderança, convergência de ações e organização como nação. A crise do coronavírus, que tem tudo para ser a pior de uma geração, está mostrando ao brasileiro, de um jeito bem amargo, como as turbulências políticas afetam a vida de todos nós.

Confronto

É evidente e preocupante o conflito entre os governadores dos estados brasileiros e o presidente Jair Bolsonaro. Há uma necessidade urgente de que as autoridades desçam do seu pedestal e busquem um diálogo franco para o enfrentamento da grave crise. O cenário visto é de uma dicotomia entre a deficiência da coordenação federal e de ações individuais de governadores que demonstram, até mesmo, alguns casos de invasão de prerrogativas. 

Liderança

O Governo Federal, como um todo, precisa estar atuando em sintonia sob a coordenação de um líder, que deveria ser o presidente da República. Infelizmente, Jair Bolsonaro segue apostando na tática da beligerância (como já abordamos neste espaço). Num momento de crise, isso, além de inoportuno, pode custar vidas. Cada dia que passa sem que os aeroportos tenham uma medida firme de controle sobre a entrada de pessoas no País (isso depende de gestão federal) pior para o Brasil e para o povo brasileiro, atônito com uma crise sem precedentes.

Coordenação

Cada dia que o País passa sem um trabalho conjunto entre estados e União, entre governadores e o presidente da República, mais se geram impasses – até jurídicos – que deságuam no sistema de saúde pública à beira do colapso, como chegou a dizer o próprio ministro da Saúde. Como imaginar o fechamento de divisas estaduais pelos próprios estados, sem um alinhamento com a União? Como proibir transportes interestaduais sem um acordo entre as partes? São questões urgentes como estas que estão emperrando o Brasil.

Passou da hora

É hora de os agentes políticos abandonarem a queda de braço, o cabo de guerra, e partirem para a ação conjunta. A cada postagem que se discute o protagonismo, há a perda de tempo que deveria ser com atos concretos.

Especulações surgem a todo momento no mundo político sobre um possível adiamento das eleições de outubro. O TSE já sinalizou que as datas são constitucionais e, portanto, necessitaria de PEC no Congresso. Isso não está em cogitação, neste momento.

Partidos e políticos foram pegos de surpresa e estão com grandes problemas em relação ao prazo para filiações partidárias para aqueles que querem concorrer a vereador. Não deve haver mudanças em relação aos prazos, e todos terão que se adaptar.



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