O maior embate público da campanha eleitoral em Fortaleza até aqui é entre o candidato Capitão Wagner (Pros) e o governador Camilo Santana (PT). Na noite de ontem, as divergências entre os dois, que começaram na semana passada, tiveram um novo episódio e voltaram a agitar a sucessão em Fortaleza. O candidato criou uma página na internet e nela disse se tratar de "fake news" que ele tenha liderado o motim de PMs no início do ano. O fato foi um dos assuntos da semana passada. Na reação de ontem, o governador questionou o adversário e cobrou de Wagner: "assuma seus atos". Na tréplica, o candidato do Pros retrucou: "Quando os índices de violência caem, mérito dele. Quando sobem, culpa dos outros". Na Capital, embora já tenha feito sinalizações a Sarto (PDT), Camilo se divide por conta da candidatura petista de Luizianne Lins (PT), sua correligionária. Entretanto, no embate com Capitão Wagner, Camilo entra na campanha de uma maneira até inusitada. E o motim dos PMs volta à pauta eleitoral.
Disputa a vereador
Os vereadores de mandato estão se deparando nas ruas com uma situação complicada por conta da pandemia. O relato de vários é que as pessoas ainda não embarcaram na campanha e isso, somando à rejeição natural à classe política, distancia os candidatos ainda mais dos eleitores. A maioria deles está apostando em uma estratégia de deixar a maior movimentação para o início de novembro, quando acreditam que o público estará mais perto de decidir o voto. Em praticamente todos os grandes partidos, há temor em relação à reeleição por conta do momento atípico.
Bancada de oposição
Há dezenas de listas circulando entre eles, cada uma com um cenário diferente em relação aos que devem se eleger em novembro próximo para mais quatro anos. Há reclamações às direções dos partidos em relação a liberação de recursos e materiais de campanha. E uma das suposições do momento é que o prefeito eleito, quem quer que seja, terá uma bancada de oposição maior do que a atual, por conta da dinâmica da eleição para vereador este ano. "Está cada um por si", diz um vereador sobre o clima entre os concorrentes.
Em 'reconstrução'
Candidato do PSL à Prefeitura de Fortaleza, Heitor Freire, está em uma 'vibe' paz e amor nesta campanha. Quem o viu na campanha de 2018 e no início do mandato de deputado federal, com um estilo verborrágico e polêmico, partindo para o enfrentamento, observa agora um outro personagem. Ontem, em entrevista ao programa PontoPoder Eleições, o candidato falou sobre propostas para a Capital, como o programa de microcrédito que quer criar para o pequeno comerciante. Ele não conseguiu, entretanto, explicar detalhes objetivos da proposta como as formas de financiamento. Faltou aprofundamento.
Com Bolsonaro
Na questão política, o tema que o persegue e a controversa relação com o presidente Bolsonaro. Heitor saiu de aliado de primeira hora para questionado no Planalto. Sobre o assunto, ele diz ser apoiador do presidente e que "votaria de novo". As últimas palavras de Bolsonaro sobre ele foram azedas.
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