O ex-deputado federal Cabo Sabino, um dos líderes do movimento dos policiais no Ceará, apresentou-se ao juízo da Vara de Auditoria Militar, em Fortaleza, por volta das 15h desta quinta-feira (5). Ele tinha um mandado de prisão em aberto e resolveu ir espontaneamente ao Poder Judiciário.
Ele passou por uma audiência de custódia, na presença do Ministério Público, e o juiz Roberto Soares Bulcão Coutinho revogou o mandado de prisão contra o ex-parlamentar. A justificativa foi que, após o fim do motim dos policiais, não havia mais perigo à ordem pública.
Conforme o documento, a preventiva não se mostra mais necessária diante da atual situação do Estado, que já não se encontra mais com PMs amotinados. Dessa forma, o juiz resalta que a liberdade de Sabino não representa, neste momento, "risco para ordem pública, para instrução criminal, para aplicação da lei penal ou para manutenção dos princípios da hierarquia e disciplina".
O magistrado, entretanto, aplicou uma medida cautelar a Sabino. Ele precisa ficar seis meses sem frequentar instalações militares. Para o juiz, a medida é necessária para o "resguardo da hierarquia e disciplina militares".
Foragido
Em entrevista a Globonews, na noite de ontem (4), o governador Camilo Santana (PT) chegou a dizer que Sabino estava "foragido". O ex-deputado federal foi afastado do cargo pela Controladoria Geral de Disciplinar, por "incapacidade moral do mesmo de permanecer nos quadros". Os motins dos policiais militares no Ceará foram encerrados no último domingo (1º), após 13 dias de duração.
Na paralisação de 2012, Cabino e outras atuais lideranças políticas também foram alvos de procedimentos administrativos. Na época, ele e outros nove dirigentes de associações foram expulsos da PM, como reflexo da greve de 2012. No ano seguinte, no entanto, ele foi eleito deputado federal e, junto com outros colegas expulsos, foi reintegrado aos quadros da Corporação em 2015, após conseguir perdão.