Ao usar quadro e giz, Cid defende mudança na taxa de juros e tenta aproximar população do debate

Senador cearense chamou atenção ao defender a saída de Roberto Campos Neto do comando do Banco Central

Legenda: Caso adotasse uma taxa de juros semelhante à dos Estados Unidos em 2022, o Brasil poderia ter aplicado R$ 510 bilhões em obras e serviços à população
Foto: Divulgação/Senado

O senador Cid Gomes (PDT) sugeriu que o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, “pegue seu bonezinho e peça para sair” do cargo. A declaração do parlamentar cearense foi em audiência na manhã desta terça-feira (25) no Senado Federal. Cid chamou atenção ao fazer dura crítica à política de juros altos no Brasil usando quadro negro e giz.

“Com todo respeito, senhor presidente, isso está muito errado. A iniciativa privada pensa 10 vezes antes de investir em um negócio no Brasil. O melhor negócio hoje é fechar o seu negócio e colocar no mercado financeiro. Isso não pode. Juros altos, além de comprometerem as finanças públicas, comprometem a disposição da iniciativa privada em investir”, criticou o senador. 

Em uma apresentação que disse ter o objetivo de fazer as pessoas entenderem, Cid Gomes comparou os dados nacionais de inflação, taxa de juros e desemprego com os mesmos dados relativos aos dos Estados Unidos em 2022.

No ano passado, o Brasil encerrou o ano com 13,75% na taxa básica de juros a pretexto de combater uma inflação que encerrou o ano passado de 5,9%. Já na América, a taxa de juros histórica foi de 4,5% para combater uma inflação maior do que a brasileira, de 6,5%. 

Mais ricos

“Com um agravante doído. Nos Estados Unidos, a taxa de desemprego foi de 3,5%. No Brasil, ao final de 2022, 9,3%. Temos três vezes mais de desempregados. Enquanto um pratica 13,75% de juros, enquanto o outro pratica 4,5%. Isso impacta na dívida do governo federal que já é de R$ 7,3 bilhões”. 

Segundo o senador, a comparação entre as taxas de juros dos dois países fez com que o governo brasileiro pagasse R$ 510 bilhões a mais para “os mais ricos”, que são os chamados rentistas. “Isso aqui (apontando para o quadro) é o governo brasileiro dando uma de Hobin Hood às avessas, tirando dos pobres e dando aos ricos”. 

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