O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) estará sob nova gestão a partir de janeiro de 2025. Marco Antonio La Porta foi eleito novo presidente da entidade, em votação realizada na última quinta, 3, no Rio de Janeiro. A ex-pentatleta Yane Marques, bronze na Olimpíada de Londres 2012, será a vice-presidente (a primeira mulher da história a ocupar o cargo).
Ex-técnico de triatlo, ex-presidente da Confederação Brasileira desta modalidade e ex-vice-presidente do COB, La Porta derrotou o atual presidente Paulo Wanderley (e o candidato a vice, Alberto Maciel Jr.) por 30 votos a 25, em eleição que teve a participação decisiva dos 19 atletas com direito a voto no pleito, ao se posicionarem unanimemente em favor da chapa de oposição.
A eleição de La Porta e Yane foi antecedida pela polêmica em torno da legalidade da participação de Paulo Wanderley, que assumiu em 2017, após o afastamento de Carlos Arthur Nuzman, alvo de denúncias de corrupção. Isso porque a Lei Pelé e o próprio Estatuto do COB limitam a permanência de um dirigente no poder das confederações a dois mandatos e o atual presidente já havia sido reconduzido ao cargo em 2021.
Enquanto Wanderley interpretava que só foi eleito uma vez para a presidência do COB e que o período 2017-2020 fora um mandato “tampão”, a Comissão de Atletas do COB e outras entidades representativas dos esportistas entendiam que o atual presidente iria para o terceiro mandato, caso fosse eleito. A comissão eleitoral, contudo, avalizou a participação dele.
Após a vitória, La Porta prometeu aproveitar o “bom momento” de investimentos privados que o COB vem recebendo para fazer essa verba chegar aos atletas. Além disso, disse que investirá na criação de estruturas de treinamento para atletas de base.
A renovação na presidência de entidades esportivas é sempre bem-vinda e, no caso do COB, tem o caráter pedagógico de mostrar, a confederações esportivas e federações estaduais, que a comunidade olímpica não tolera mais dirigentes que se eternizam no poder.
Além disso, a chegada de Yane à vice-presidência é um símbolo da luta para que mais mulheres ocupem cargos de gestão no nosso esporte - não à toa, a candidatura dela foi incentivada pelos integrantes da Comissão de Atletas do COB. Simboliza também um movimento para que mais ex-atletas ocupem esses espaços de poder. Da nova gestão, mais do que esperar, será preciso cobrar que apoie e forneça os insumos necessários às confederações esportivas de cada modalidade para que massifiquem o acesso ao esporte na base, o que tende a ampliar as chances de resultados positivos no alto rendimento.
Para além disso, é preciso cobrar que o COB atue de maneira firme em duas frentes: um maior investimento no esporte feminino, a fim de reduzir as diferenças ainda graves entre os gêneros (vide, a discrepância no número de equipes das ligas brasileiras de basquete masculino e feminino), e um plano para atenuar as diferenças no desenvolvimento das modalidades entre as regiões do País, de forma a reduzir a concentração de equipamentos, campeonatos e clubes no sul e sudeste do País.
RÁPIDAS
Cearenses no vôlei de praia
O Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia chega à 8ª etapa nesta semana em João Pessoa/PB. Os cearenses Mateus/Adelmo, Taiana (que joga com Talita-AL), Hegê (ao lado de Vitória-RJ), Verena (e Kyce-RN) e Talita (com Josi/SC) disputam o Top 16, que reúne as duplas da elite nacional a partir de sexta, 11.
Doce no Toulon
Adriana Doce iniciou a temporada 2024/2025 de casa nova. A ponteira cearense agora defende o Toulon, da França. Em três rodadas do Campeonato Francês de Handebol, o time dela acumula um empate e duas rodadas.
Bia de volta ao top 10
Bia Haddad segue em boa fase na temporada pós-olímpica do tênis mundial. Nesta semana, ela já venceu duas partidas no WTA 1000 de Wuhan, na China, e deve voltar ao top 10 do ranking mundial na lista a ser divulgada na próxima segunda, 14. Nesta quinta, 10, ela encara a polonesa Magdalena Frech, às 10h30 (de Brasília), pelas oitavas-de-final do torneio chinês.