O futebol brasileiro acompanha com apreensão o dia após dia da paralisação em tempos de pandemia. Se em março o cenário foi ruim, em abril foi péssimo e em maio é nebuloso. As fontes de receitas dos clubes, mesmo os da elite (da Série A) estão secando pouco a pouco em cada renegociação de contrato e quedas de ganhos diretamente envolvidos com as realizações de partidas. Após algumas ações emergenciais, como auxílio a clubes da Séries C e D, arbitragem, obtenção da extensão do prazo de pagamento do Profut (programa de renegociação de dívidas), a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não enxerga saída mais eficiente que a volta do futebol no mais breve e oportuno tempo, obviamente em consonância com as possibilidades sanitárias.
Um plano da entidade, com protocolos considerados tão ou mais exigentes que aqueles que serão estreados neste fim de semana na volta do futebol alemão (ou volta simbólica do futebol mundial?), está engatilhado para ser aplicado, tão logo haja aglutinação de realidades regionais para tal. E o convencimento da sociedade brasileira de que o futebol deve ganhar a chance de, pelo menos, ensaiar um retorno é uma missão hercúlea para a organização, que ainda tenta emplacar uma versão renovada da antiga, presidida por personagens como Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero.
O primeiro gracejo que a CBF vislumbra para que o gelo comece a ser quebrado perante os brasileiros é a retomada lenta, gradual, mas presencial dos treinamentos dos clubes da Série A e B. Passo este que, no Estado do Ceará, parece ser ainda mais complexo, tendo em vista a posição do Estado entre as federações mais afetadas pelo vírus.
Contudo, a situação de times como Ceará e Fortaleza é detalhadamente observada, e os futuros anúncios da volta aos treinamentos serão pontinhos a mais "ticados" na extensa relação que a entidade observa com os 40 clubes da primeira e segunda divisão. Nesses "checks", Flamengo, Grêmio, Internacional, Atlético/MG, Cruzeiro e Avaí devem ser os primeiros, em situações a serem confirmadas na próxima semana.
O secretário geral da CBF, Walter Feldman, falou sobre todo esse contexto acima e também abriu o rosário de intenções da entidade para os próximos meses em entrevista ao site Focus. Um ponto interessante da fala de Feldman abaixo:
Nossa expectativa é que, concretamente, se nós conseguirmos com segurança e saúde retormarmos os treinamentos dos 20 clubes da Série A, com todo cuidado, também avançar para Série B, nós acreditamos que determinado momento...se a gente tiver um ensaio que nos permita um cenário com toda proteção, nós possamos ter essa autorização (volta dos jogos) no mês de junho", admitiu.
Feldman disse também que a CBF tem esperança de manter todo o calendário do futebol, incluindo futebol feminino, campeonatos da base e estaduais, além do Campeonato Brasileiro.