Depois da novela do adiamento dos jogos olímpicos de Tóquio, agora a polêmica da vez é a queda de braço entre clubes do futebol brasileiro e atletas sobre um contingenciamento salarial neste momento difícil para todo o País, inclusive para os times que os mantêm. Desde já, faço uma enorme ressalva para a categoria de jogador de futebol: há uma grande maioria que ganha valores que rondam o salário mínimo e há uma minoria que esbanja soldos os quais nenhum doutor premiado da academia brasileira acompanha.
O recado aqui é justamente pra tal minoria. Longe de mim considerar injusto o que um atleta de ponta recebe. O mercado está aí para regular os méritos esportivos de cada um, quanto a isso não tem questionamento. Mas o momento é diferente, de excessão. E esses personagens que, por exemplo, no futebol cearense chegam a receber até R$ 250 mil por mês (é isso mesmo), precisam pensar de forma diferente.
Se não podem atuar de forma mais incisiva na sociedade, com participações diretas no foco do problema (a saúde no caso), nem são obrigados para tal, que tenham bom senso, pelo menos, pelas entidades que os possibilitam gozar de tamanhos privilégios frente a uma sociedade muito diferente do mundo que eles vivem.
Os clubes locais (Ceará, Fortaleza e Ferroviário) fazem enormes sacrifícios para pagar quantias absurdas, nunca antes pensadas em terras alencarinas. As participações na primeira divisão possibilitaram que estes enormes investimentos fossem feitos. E em dia, diga-se de passagem. Na ausência de jogos, então, é sábido que os times irão passar por dificuldades pela falta de receita.
Então, jogadores e clubes precisam pesar as perdas e dividir as responsabilidades. De um lado não pode faltar e do outro sobrar. A teimosia nesta questão pode ferir o futuro destas instituições, de forma que o dia de amanhã pode não ser o mesmo.
PS: voltando aos jogadores que ganham pouco (imensa maioria), estes sim precisam ser amparados, até mesmo pelo poder público.