Usina de quixadá, do fracasso à esperança

Da lista de produtos agrícolas do Ceará, a mamona é só uma referência bissexta. Mas, mesmo assim, alguém do setor de novos negócios da Petrobras imaginou, projetou e convenceu a empresa a construir e operar, em 2008, uma usina de biodiesel, em Quixadá, tendo como matéria prima a... Mamona. E cultivada pela agricultura familiar. Oito anos depois, já livre dos seus antigos e corruptos diretores, alguns dos quais presos na Operação Lava Jato, a Petrobras anunciou o fechamento da usina, que está exposta à venda. Há interessados na sua compra, mas na cabeça de nenhum deles, certamente, está hospedada a ideia de produzir biodiesel daquela oleaginosa inexistente, em escala, na geografia cearense. Soja ou caroço de algodão pode ser a opção. Mas a produção de soja nordestina é insuficiente (e, mesmo que não o fosse, daria mais lucro com a exportação); e a de algodão, também, pelo menos neste momento. No fim de 2007, numa concorrida reunião do Agropacto, no auditório da superintendência do Banco do Brasil, um calejado agroindustrial advertiu: é impossível cultivar mamona em solos improdutivos, e anteviu a inviabilidade econômica da usina. Seria - como foi - jogar dinheiro fora. Uma fonte do Governo do Estado não escondeu o objetivo político do fracassado empreendimento. Também considera que, sendo aquela unidade industrial uma usina moderna, cuja produção pode ser diversificada, "a perspectiva é que seus futuros donos a tornarão um investimento viável no curto prazo, abrindo amplas perspectivas para a economia e para o mercado de trabalho do Sertão Central do Ceará". Que assim seja!

Energia solar

Luiz Girão, fundador e sócio da Betânia Lácteos, manda um recado ao ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, de quem é amigo: "Quer reduzir o custo do Projeto São Francisco de Integração de Bacias? Instale ao longo dos Canais Leste e Norte parques de geração de energia solar fotovoltaica. A despesa com energia cairá para perto de zero", assegura Luiz Girão. Especialistas concordam com ele.

Combustíveis

Por causa do isolamento social, consequência da pandemia do coronavírus, o faturamento dos postos de combustíveis caíram em até 80% em Fortaleza. É o que diz a esta coluna o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindipostos). Mas as vendas voltaram a subir neste julho.

Informa a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica: a produção do setor cresceu 15,6% em maio passado, na comparação com o mês imediatamente anterior, com ajuste sazonal, conforme dados divulgados pelo IBGE. Esse incremento ocorreu após 3 quedas sucessivas. Culpa do isolamento social.

Será o turismo o setor que mais demorará a voltar às boas atividades de antes da pandemia do coronavírus. As empresas aéreas enfrentam prejuízos que só com ajuda do governo serão superados. O de Portugal já resolveu o problema da TAP. Aqui no Brasil, porém, Azul, TAM e Gol aguardam o socorro do BNDES, que ainda não veio.



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