Quem tem medo do avanço tecnológico da Agropecuária

Se não fosse a tecnologia, a agricultura brasileira – a cearense no meio – seria a mesma dos anos 50 do século passado. Leia mais: 1) Guaiúba pede incentivo para Polo Químico; 2) A virtude do entendimento; 3) Beto Studart celebra parceria

Quem tem medo do avanço da tecnologia na agropecuária do Ceará? 

Há várias respostas, algumas das quais de caráter ideológico, mas a maioria delas aponta para um segmento: o dos que, em vez de construírem soluções, concentram seus esforços na destruição, pela crítica, do que deu certo e do que também pode dar certo.

Se não fosse a tecnologia, a agricultura brasileira – a cearense no meio – seria a mesma dos anos 50 do século passado.

Por causa da Embrapa e do seu time de cientistas pesquisadores, o que era estéril – como o solo do Centro Oeste, por exemplo – se transformou em área fértil: hoje, aquela região lidera a produção brasileira de grãos.

Por causa da tecnologia da Embrapa, o Brasil produz alimentos suficientes para o consumo de sua população e de boa parte dos habitantes do mundo. 

É a biotecnologia que está ampliando as fronteiras da agricultura brasileira, que se expande no Matopiba, acrônimo formado pelas siglas dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

É lá que se expandem a agricultura e a agropecuária empresariais, sempre apoiadas pela Embrapa e pelos investimentos privados que envolvem a correção do solo, o uso de sementes selecionadas e apropriadas a cada região, máquinas modernas para o plantio e a colheita das safras e gestão competente, incluída a qualificação da mão de obra.

Este prefácio vem a propósito do esforço do Instituto Luís Girão e da Trainner DG Consultoria, que no último fim de semana, na Fazenda Flor da Serra, na Chapada do Apodi, iniciaram um programa de transmissão do conhecimento aos pequenos produtores de leite de vários municípios do Ceará.

O programa – que envolverá produtores de todos os estados onde atua o Grupo Betânia Lácteos, fundado pelo empresário, pecuarista e agroindustrial Luís Girão – oferece aulas teóricas e práticas, visitas a áreas de produção de forrageiras para o rebanho bovino e palestras sobre o que é e como se usa a tecnologia que está disposição de quem produz leite no sertão nordestino.

Trata-se de um projeto bancado pela iniciativa privada com o objetivo de qualificar não só a sua mão de obra, mas também o seu produto.
 
Ao cabo desse projeto – apropriadamente denominado de Agropecuária 4.0 – os mais de 3.500 produtores e fornecedores de leite da Betânia Lácteos estarão aptos a fazer saltar para 10 mil litros de leite/ano por vaca sua produtividade, que hoje é de apenas 6 mil litros/ano por vaca.

É uma boa notícia que impacta toda a cadeia produtiva do leite no Ceará e no Nordeste, a qual, estimulada pelo Instituto Luís Girão e pela Betânia Lácteos, acelera sua caminhada em busca das tecnologias mais modernas, que permitem produzir mais alimentos com menos água, menos área e menor custo. 

INCENTIVOS PARA O POLO DE GUAIÚBA

Fernanda Pacopabayha, secretária da Fazenda do Governo do Ceará, reuniu-se na semana passada com diretores do Sindicato da Indústria Química e autoridades da Prefeitura de Guaiúba para tratar da concessão de incentivos fiscais às empresas que estão a instalar-se no Polo Químico daquele município da Região Metropolitana de Fortaleza.

Os empresários, liderados pelo Sindquímica, pedem isenção de 75% do ICMS, mas a posição da Sefaz não é tão magnânima.
 
Durante esta semana, o assunto será levado pela secretária Pacobahyba à decisão do governador Camilo Santana.

A VIRTUDE DO ENTENDIMENTO

Na solenidade de assinatura da Portaria que regula a renegociação das dívidas de 1.300 empresas do Norte e do Nordeste com o Finam e o Finor – realizada na última sexta-feira na Casa da Indústria – o presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Ricardo Cavalcante, fez questão de destacar o que chamou de importante participação, no encaminhamento desse processo, do seu vice-presidente – o industrial e agropecuarista Carlos Prado.

Portador da rara virtude do entendimento, Prado, por delegação de Cavalcante, mobilizou líderes políticos e empresariais das duas regiões, que deram suporte ao ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, nas tratativas com o Palácio do Planalto e com o comando do Congresso Nacional para a elaboração e a aprovação da MP 1017, relatada pelo deputado federal cearense Danilo Fortes, da qual resultaram a Lei e a Portaria que permitiram, a partir de hoje, a renegociação das dívidas. 

“Carlos Prado é um exemplo de cidadania; é meu guru”, disse Ricardo Cavalcante, sob aplausos do auditório. 

STUDART CELEBRA A BOA PARCERIA

Sobre o mesmo assunto: o empresário Beto Studart, ex-presidente da Fiec, declara-se feliz porque foi na sua gestão que nasceu o esforço pela solução das dívidas das empresas nordestinas com o Finor. 

Studart enaltece o trabalho desenvolvido pelo seu sucessor, Ricardo Cavalcante, e pelo vice-presidente da entidade, Carlos Prado, “que é uma usina de boas ideias”.

Beto Studart aproveita para revelar seu otimismo em relação ao projeto do Hub de Hidrogênio Verde, que avança com o anúncio do interesse de novos grupos estrangeiros – além dos dois australianos já anunciados – de instalar usinas de hidrogênio no Complexo do Pecém. 

Na opinião de Studart, a parceria da Fiec com o Governo do Estado, também iniciada na sua gestão, está dando frutos “em alta velocidade, o que é bom para a economia e para a sociedade cearenses”. 
 
AGOSTO PROMETE EMOÇÕES

Este agosto, que começou ontem, promete ser um mês de grandes emoções na área da política, principalmente.

O Congresso Nacional retomará amanhã suas atividades, e a CPI da Covid, que, no Senado, ganhou mais 90 dias de prazo para concluir seus trabalhos, promete ampliar seu espetáculo e confirmar seu objetivo: produzir um relatório que acusará o presidente da República e seu ex-ministro da Saúde de responsáveis pela morte de (números de ontem) mais de 555 mil brasileiros.

Nesta semana, deverá tomar posse da Casa Civil do Palácio do Planalto – a mais importante pasta política do governo – o senador Ciro Nogueira (Progressistas PI), que, com o presidente da Câmara dos Deputados, comanda o Centrão, um consórcio de partidos que agora dão sustentação ao presidente Bolsonaro no Parlamento.

O comando da CPI da Covid, com os senadores Omar Aziz e Renan Calheiros à frente, pretendem produzir um relatório capaz de abrir um processo de impeachment do presidente, mas nada pretendem com relação aos governadores e prefeitos que desviaram para outros fins o dinheiro que o governo da União lhes mandou para combater a pandemia.

A CPI só um exclusivo objetivo: contribuir para derrubar o governo ou, no mínimo, mantê-lo sangrando até a eleição de outubro do próximo ano.

Saber-se-á se o Centrão, agora instalado no coração do governo, trabalhará pela aprovação das reformas administrativa e tributária – a do Imposto de Renda no meio, ou se estará apenas concentrado na distribuição de verbas e de cargos.
 
E O FORTALEZA PERDEU DO CEARÁ

Foi interrompida a série de boas vitórias que vinha mantendo o Fortaleza Esporte Clube sob o comando do argentino Juan Pablo Wojvoda.

O Ceará Sporting, o “vozão”, aplicou 3x1 no tricolor de aço, que terá, nesta semana, dois compromissos importantes: um pela Copa do Brasil, quarta-feira, diante do alagoano CBR; outro no próximo domingo, diante do poderoso Palmeiras, lá em São Paulo.

Os dois times cearenses estão entre os 10 primeiros colocados da Série A do Brasileirão. Os dois merecem, primeiro, um gramado melhor para jogar no Castelão; segundo, a volta dos torcedores ao estádio.