Possibilidade de seca cresce e preocupa agropecuária cearense

Funceme e institutos mundiais que monitora o clima confirmam tendência de estiagem neste primeiro trimestre. Em Davos, na Suíça, começa hoje o Fórum Econômico Mundial. Milei estará presente.

Legenda: Os sinais de seca no sertão cearense estão visíveis no baixo nível dos pequenos açudes
Foto: Wandenberg Belém

Empresários da agropecuária cearenses alargam suas preocupações com a ampliação da estiagem. Como aqui já foi dito e repetido, a Funceme e todos os institutos mundiais que monitoram o clima estão reafirmando que neste trimestre é muito alta a possibilidade de o Ceará e o Nordeste enfrentarem uma seca. 

Tudo por influência do El Niño, que, como também foi previsto e anunciado, está fazendo estragos com inundações no Sul e no Sudeste do Brasil e, também, na Argentina. Ontem, uma grande chuva desabou sobre o Rio de Janeiro, causando inundações e a morte de 11 pessoas.

No fim de semana, esta coluna acompanhou a troca de mensagens de empresários da agricultura e da pecuária com o presidente da Funceme, Eduardo Sávio Martins, que voltou a revelar que, neste mês de janeiro, a possibilidade é de 40% de chuvas abaixo da média, e é o que tem acontecido. Mas o próprio Eduardo Martins lembrou que há 20% de chance de as chuvas ficarem acima do normal 

Estatisticamente, as chuvas no mês de janeiro alcançam aqui no Ceará a média que varia entre 66 milímetros e 134 milímetros. Na região da Chapada do Apodi, as chuvas deste mês já chegaram a 43 milímetros, ou seja, menos da metade da média histórica. 

Diante desses números, a preocupação dos agropecuaristas cresce à medida que os dias avançam sem trazer chuva.

A AGENDA ECONÕMICA COM FÓRUM DE DAVOS

O primeiro evento da agenda econômica desta semana será a divulgação, logo mais às 8h30, do Boletim Focus do Banco Central que trará as projeções para este 2024 no câmbio, juros, PIB e inflação. Por enquanto, as previsões indicam que a economia brasileira vai bem, com tudo sob controle, inclusive o índice inflacionário.

O único problema segue sendo a política fiscal do governo, que fechou suas contas de 2023 com um rombo de R$ 234 bilhões, o que torna mais difícil e complicado, ainda, o esforço do ministério da Fazenda de zerar o déficit neste ano de 2024.

No ano passado de 2023, o Brasil bateu o recorde de exportações. O país exportou o equivalente a US$ 339,7 bilhões, principalmente em commodities como minério de ferro, soja, petróleo, carne bovina, bovina suína e carne de frango. Agora, um detalhe: quase 31% do total exportado tiveram como destino os portos da China, que continua sendo o maior parceiro comercial do Brasil, e isto deverá ser mantido ao longo deste ano de 2024.  

Há um detalhe a observar: o Brasil cresceu na exportação de commodities, que são produtos primários precificados pelas bolsas de mercadorias, como a de Chicago, nos Estados Unidos. Mas, em compensação, caiu na venda de produtos da indústria de transformação, de alto valor agregado, como aviões, por exemplo. A queda na exportação desses produtos foi de 52%.

Há quem diga que o Brasil está concentrando seus ovos numa só cesta, no caso, a China. E por isto mesmo há opiniões de que o Brasil deveria buscar novos mercados para seus produtos.

Começa hoje o Fórum Econômico Mundial de Davos, uma cidadezinha nos alpes da Suíça. Estarão presentes empresários e chefes de governo de vários países. O novo presidente da Argentina, Javier Milei, chegará amanhã a Davos par participar do evento, do qual será a grande atração.

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