Para Maia Júnior, frigorífico é essencial para a economia do Ceará

O secretário do Desenvolvimento Econômico falou hoje para produtores rurais e empresários do agro reunidos pelo presidente da Faec, Amílcar Silveira. Maia sugeriu mais investimento no conhecimento.

Legenda: O secretário Maia Júnior fala ao lado do presidente da Faec, Amílcar Silveira (D) e de personalidades ligadas ao agro cearense
Foto: Egídio Serpa / Diário do Nordeste

Para o secretário do Desenvolvimento Econômico e do Trabalho (Sedet) do governo do Estado, Maia Júnior, a instalação de um frigorífico industrial no Ceará “é essencial para a economia do Estado”. Ele foi além, acrescentando: “Esse frigorífico é tão essencial, que deverá ser construído na ZPE do Pecém, pois estará voltado, também, e principalmente, para a exportação de proteína animal”.

Maia Júnior falou, durante 40 minutos, para um atento auditório convocado pela presidência da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec) e integrado por dezenas de empresários, produtores e presidentes de sindicatos rurais e empresários ligados ao agronegócio, que o aplaudiram várias vezes, uma das quais quando ele disse o seguinte:

“Poderemos ser o núcleo processador e exportador de carnes bovinas e suínas para o exterior, pois dispomos de uma infraestrutura portuária moderna e de uma infraestrutura capaz de receber aqui, para abate, os rebanhos do Piauí, Maranhão e Pará”.

O presidente da Faec, Amílcar Silveira, recebeu o secretário Maia Júnior com palavras carinhosas, ressaltado “a boa convergência” de sua entidade com a Sedet, cujos objetivos considerou comuns, destacando, porém, que “pequenas divergências fazem parte do diálogo produtivo”. 

Presente à reunião, realizada na sede da Faec, no bairro do Jardim América, a presidente da Agência de Defesa da Agropecuária (Adagri), Vilma Freira, declarou-se “muito feliz” com a decisão da Federação da Agricultura e Pecuária de iniciar, naquele momento, uma campanha para que o Ceará se torne zona livre da febre aftosa sem vacinação. 

Ela revelou que o Ceará manteve seu status de zona livre de aftosa com vacinação, alcançando na última campanha o índice de 91,3% do seu rebanho bovino, bem mais do que o limite estabelecido pelo Ministério da Agricultura. 

O secretário Executivo do Agronegócio da Sedet, Sílvio Carlos Ribeiro, referiu-se à presença no evento de todos os organismos do governo estadual que têm a ver com a agropecuária, o que, na sua opinião, mostra a importância que que a gestão estadual dispensa ao setor.

O ex-secretário de Agricultura Irrigada, Carlos Matos, não teve medo de afirmar, diante de um auditório cheio de produtores rurais, que a agricultura cearense “está estagnada com o mesmo Valor Bruto de Produção de 2008”, revelando que esse VBP permanece nos mesmos R$ 10 bilhões. 

“Temos que dobra esse VBP em 10 anos, e esta é a meta do plano estratégico da Faec”, disse ele.

O deputado Danilo Fortes, saudado pelo presidente da Faec como “uma voz forte e firme” da agropecuária brasileira no Congresso Nacional, disse que é preciso criar uma classe média rural, “e para isto o melhor caminho é investir, também, na exploração dos recursos minerais. 

“Estamos na expectativa do início da implantação do projeto de extração do urânio e do fosfato da mina de Itataia, que criará centenas de empregos na construção, na exploração e na industrialização dos minerais”, disse o parlamentar.

Antes da fala do secretário Maia Júnior, o presidente da Faec anunciou que celebrou parceria com a Prefeitura de Maracanaú – cujo prefeito Roberto Pessoa estava presente – para a construção do maior parque de exposição do Ceará.

“Em 2024, a Pecnordeste – a grande feira de gado do Ceará – será realizada exatamente no futuro parque de Maracanaú”, disse, sob aplausos, Amílcar Silveira.

Em seguida, ele pediu ao secretário Maia Júnior que aproxime dos proprietários rurais cearenses as grandes empresas estrangeiras e nacionais que investirão no Hub do Hidrogênio Verde no Pecém. Para a produção do H2V, será necessária a geração de energia solar fotovoltaica ou eólica. S

Para a geração solar de uma só empresa, a australiana Fortescue, “serão necessários 200 (duzentos) mil hectares de terra, e essas terras quem tem são os produtores rurais do sertão cearense”, disse Amílcar Silveira, de novo sob aplausos. 

Último a falar, o secretário Maia Júnior comprometeu-se a fazer a aproximação solicitada pela Faec, e depois iniciou uma exposição que demorou 40 minutos, durante os quais ele afirmou, entre outras coisas, o seguinte:

Os agricultores do Ceará, precisam de conhecer a agricultura do Ceará, e para isto têm de usar o conhecimento, que está disponível na academia, cujos laboratórios podem ajudar na identificação dos melhores solos para investimento e, ainda, para a inovação tecnológica;

É preciso que o setor agregue conhecimento técnico, tecnológico e científico ao capital humano, que também necessita de investimento para adequar-se às exigências do negócio e dos seus mercados;

O governo do Estado, por meio da Sede, já celebrou 19 Memorandos de Entendimento com empresas que se comportem a investir no Hub do H2V do Pecém, havendo mais três para ser assinados, além de mais oito perto do final dos entendimentos;

Chamou atenção dos empresários do agronegócio para o evento que a Federação das Indústrias (Fiec) promoverá nas próximas quarta e quinta-feiras, reunindo “a nata mundial do Hidrogênio Verde” para dois dias de debate sobre o presente e o futuro da energia do Século XXI”.