Consultor em energias renováveis, o engenheiro José Carlos Braga – diante das últimas notícias sobre novos projetos de produção de Hidrogênio Verde no Ceará, transmitiu para esta coluna o seguinte comentário:
“É sabido que o H2V já é o Petróleo do Século XXI, e que todos os grandes e médios ‘players’ estão à cata de nichos no mundo dos ventos e dos sóis abundantes – nos quais o Ceará e os cearenses estamos fortemente inseridos – visando literalmente a salvação dos seus negócios por conta da nova ordem mundial imposta pelo ‘Rating Environmental, Social and Governance’ (ESG).
Braga consulta algumas anotações e retoma o raciocínio:
“As ações das empresas que não estiverem inseridas neste contexto despencarão vertiginosa e fugazmente. Os frutos de toda a cadeia produtiva já estão sendo ‘selados’, e os consumidores também já estão optando por produtos com maiores indicadores ESG. O mesmo está a valer para serviços inseridos na economia de baixo carbono, visto que a humanidade bateu no teto em termos energéticos e agora sim, se nada for feito imediatamente, será realmente o triste fim da nossa espécie, pois o apocalipse já pode ser vislumbrado.”
Ele faz outra pausa, franze a testa e continua:
“Quem poderia prever, há pouco mais de uma década, que surgiria das nossas entranhas um tal de Hidrogênio Verde e este seria a nossa redenção, abrindo centenas de milhares de empregos, bilhões em moedas fortes, plataformas de compensação direcionadas à ciência, à saúde e à educação, e o Ceará com um PIB muito maior que seu tamanho relativo no país?”
José Carlos Braga enrijece os músculos a face e assume um semblante grave, advertindo para a importância da eleição presidencial do próximo ano, convocando a poesia musical:
“Porém, tudo isso somente ocorrerá se a sociedade souber selecionar, a partir de 2022, quem terá o condão de organizar nossos destinos. “Dominguinhos e Fagner cantaram há mais de 20 anos: ‘Amigos a gente encontra, o mundo não é só aqui...Reparem, a multidão precisa de alguém mais forte a lhe guiar’”.
O que diz o engenheiro José Carlos Braga deve emular empresas e pessoas físicas a investirem, o mais rapidamente possível, nesse novo e revolucionário conceito.
O Ceará, como os demais estados nordestinos, dispõe do que é necessário à produção do H2V: sol brilhante durante o ano inteiro e grandes bancos de vento que podem fornecer – e já fornecem – energia limpa para a produção do Hidrogênio Verde.
E dispõe, ainda, de um insumo abundante: a água do mar que, dessalinizada, garantirá a eletrólise.