Maior empresa global de cibersegurança e privacidade digital, a Kaspersky mandou mensagem a esta coluna, que começa com uma instigante pergunta:
Você sabia que o simples ato de instalar um aplicativo pode permitir que terceiros tenham acesso a seus dados que estão no celular?
Caso sua resposta seja não, você faz parte dos 40% dos brasileiros que não sabem como suas informações são coletados on-line.
A pesquisa da Kaspersky “Impressões Digitais e sua relação com as pessoas e as empresas” revela que o Brasil é o país que menos entende como ocorre a coleta de dados na Internet.
Os dados digitais dos consumidores são a coisa mais valiosa para as empresas hoje em dia, pois seus executivos tomam decisões com base neles. Se, de um lado, as organizações já perceberam a importância dessas informações, do outro lado o consumidor está às cegas.
De acordo com a pesquisa da Kaspersky na América Latina, o brasileiro é o que menos entende que seus dados podem ser coletados ao utilizar um aplicativo (13%). Isso mostra tanto a falta de conhecimento sobre os riscos à privacidade quanto ao valor dos seus dados.
Outro exemplo que o estudo traz para reforçar essa conclusão é o seguinte: o brasileiro acha que informações pessoais são excluídas ao fechar um aplicativo (24%) -- novamente, o país apresentou o maior índice na comparação com seus vizinhos.
Os especialistas da Kaspersky esclarecem que isso não é verdade, pois, uma vez que um app é instalado e a pessoa concorda com os Termos de Uso e Políticas de Privacidade, muitas informações podem ser coletadas, como históricos de navegação.
Em app legítimos, essas informações serão usadas para direcionar propagandas ou o desenvolvimento de novos produtos ou serviços. Porém, se o app instalado for malicioso, os dados pessoais cairão nas mãos de golpistas que farão fraudes com a identidade roubada, como abrir conta bancária, pedir cartão de crédito ou abrir contas online para suportar outros golpes.
“No Brasil, temos a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) que determina as responsabilidades das empresas sobre os dados pessoais coletados. É muito bom evitar abusos quanto ao uso dessas informações, mas ela [a lei] não cobre de maneira correta a parte da educação do cidadão. Infelizmente, vimos apenas uma corrida para conseguir as autorizações dos consumidores, que o fizeram de maneira automática. A pesquisa mostra que essas pessoas não compreendem o valor que seus dados pessoais -- e isso acaba refletindo no baixo nível de proteção que eles recebem”, avalia Roberto Rebouças, gerente-executivo da Kaspersky no Brasil.
Para auxiliar no entendimento de como proteger as informações pessoais online, a Kaspersky orienta:
Baixe apenas programas de fontes oficiais e pegue um breve intervalo para ler a descrição do programa, com informações sobre quem o desenvolveu e as avaliações de outras pessoas que já baixaram ele. Isso já irá evitar bastante que algum app malicioso seja instalado, porém isso não evita 100% dos casos;
No momento da instalação, leia as notificações com atenção, principalmente as permissões que o programa solicita. Exemplo: se uma calculadora gratuita pedir para acessar histórico de navegação e contatos, desconfie! Esses dados não são necessários para fazer cálculos, portanto a intensão real dos criadores do app é obter dados pessoais;
Fique atento a páginas falsas que visam roubar informações pessoais e financeiras. Para isso, leia com atenção o endereço da página. Caso haja erros de ortografia ou o nome do site não tenha relação com o nome da empresa/serviço que você quer acessar, desconfie e faça uma rápida busca para confirmar se o endereço está correto. Em hipótese alguma ingresse seus dados antes da checagem.