Indústria moveleira do Ceará planta floresta de eucalipto em Marco

Só o Grupo Jacaúna investe na plantação de clones de eucalipto em 1 mil hectares de terras, 600 hectares dos quais já com árvores em idade juvenil graças à fertilização do solo.

No Norte do Ceará, na zona rural dos municípios de Marco e Acaraú, bem na área dos seus limites, cresce para o céu uma floresta de Angico, Pau D’Arco, Sobrasil, Jatobá, Acácia Magium, Casuarina e Eucalipto, árvores próprias para a indústria de móveis e da construção civil.
 
É um ousado e inédito projeto de silvicultura sustentável que, iniciado no fim de 2010 como apoio do SindMóveis e da Fiec, pretende, nos próximos 10 anos, fazer do Ceará autossuficiente na produção da matéria prima para as suas já famosas fabricas moveleiras. 

Legenda: Floresta de pinheiros cresce na cidade de Marco
Foto: Divulgação

Lá, neste momento, só o Grupo Jacaúna investe na plantação de clones de eucalipto em 1 mil hectares de terras, 600 hectares dos quais já com árvores em idade juvenil graças à fertilização do solo.

Por sua vez, e ao mesmo tempo, seus concorrentes Osterno Móveis, DuMarco, Kirios, Santa Maria e Madresilva, orgulhosamente, também mostram fotos aéreas de seus projetos florestais, que estão a mudar a paisagem daquela região cearense. 

Cada hectare do projeto – considerado inovador pelo Sebrae, pelo BNB e pelo Governo do Estado, que o apoiam - consome investimento de R$ 8 mil.
 
O eucalipto – que é bom para móveis, para a produção de energia e para a construção civil – alcança, aos 7 anos, a idade para corte (na Escandinávia, o pinus leva o dobro do tempo para ser cortado). 

A indústria do Polo Moveleiro de Marco consome, mensalmente, 800 m³ de madeira – 80% dos quais oriundos da floresta tropical do Pará e do Maranhão e 20% procedentes de áreas reflorestadas de pinus e eucaliptos da Bahia e do Sul do País. 

Júnior Osterno, presidente do SindMóveis, revela o objetivo desse projeto coletivo: 

“Deixar de lado os problemas causados pela aquisição da madeira tropical, entre os quais o alto custo de sua logística e produzir, aqui mesmo, a madeira de que precisamos. Estamos muito perto dessa meta”, afirma ele.
 
SEM CRÉDITO

Em Morada Nova, o carcinicultor Daniel Furlan, usando água de poços profundos, perfurados no tempo da antiga e extinta Secretaria de Agricultura Irrigada, produz camarão em uma área de 7 hectares.
 
Há dois anos, ele pediu um financiamento ao BNB para ampliar seu negócio. 

Até hoje, o banco analisa sua proposta, sem lhe explicar por que tanto atraso.
 
“O BNB está burocratizado demais”, diz Furlan e repete o consultor que lhe presta assessoria. 

TECNOLOGIA

Startup cearense, a HubLocal, dos sócios Felipe Caesar e Rodrigo Coiffman, tem, entre seus clientes, o Grupo Newland, que informa: 60% das ligações conquistadas pela internet em suaslojas são oriundas das plataformas integradas gerenciadas pela HubLocal.
 
O Laboratório Clementino revela, por sua vez, que, após a implementação das estratégias da startup, desenvolvidas nos ambientes digitais, suas receitas dobraram. 

O presente é digital. 

E o futuro, também. 

BNB E O CRÉDITO

Do presidente do BNB, Romildo Rolim, falando ontem à noite a esta coluna sobre a irritação do empresariado industrial cearense, que, neste momento de extrema crise financeira,  não tem acesso ao crédito:

“Eu não sei a realidade dos demais bancos, mas o Banco do Nordeste, desde 16 de março até 30 de junho deste ano, aplicou R$ 13 bilhões, dos quais R$ 5,5 bilhões foram de crédito de curto prazo para capital de giro destinado às empresas que estão precisando dele”.

Rolim tem a paciência dos anjos – na tempestade ou no remanso, sua voz não se altera. Com essa tranquilidade, ele disse mais:

“De janeiro a junho deste ano, as aplicações para as micro e pequenas empresas, que são o foco da atuação do banco, foram 24% maiores do que as do ano passado”.

Convidado pelo presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, a participar, por vídeo conferência, da reunião da diretoria da principal entidade empresarial do Ceará, que queria saber as causas de tantas queixas contra a falta de crédito que põe em risco a sobrevivência das empresas e dos empregos, Romildo Rolim disse à cúpula da Federação das Indústrias e o repetiu a esta coluna:

“Estamos fazendo (aplicando) o FNE Emergencial, com 2,5% de juros ao ano, o FNE tradicional, que tem o melhor produto, que é o Giro Insumos, cuja taxa de juro é tão competitiva que não existe igual”. 

E concluiu:

“Só no Ceará, o BNB aplicou em novos créditos – de 16 de março a 30de junho deste ano – o total de R$ 2,8 bilhões”.
 
DE NAVIO

Neste mês de julho, atracará no Porto do Mucuripe um navio procedente da China, trazendo 20 contêineres cheios de equipamentos adquiridos pelo Governo do Ceará para o combate ao coronavírus.

O frete marítimo foi bancado pela JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que também pagaram o frete aéreo dos últimos equipamentos descarregados no Aeroporto Pinto Martins e também comprados pelo Governo cearense na China.



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