Granitos: Ceará exporta US$ 40 milhões. Poderiam ser US$ 400 milhões

Sem indústria de beneficiamento para agregar valor, os cearenses vendem apenas a pedra bruta. E mais: 1) Uma viúva à espera da Enel; 2) A pandemia tem heróis. Elias Leite é um deles; 3) Faec terá Plano Decenal para Agropecuária

Legenda: Em vez de exportar peças beneficiadas, agregando valor a elas, o Ceará exporta pedra bruta.
Foto: Natinho Rodrigues

Segue o Ceará exportando rochas ornamentais em estado puro, ou seja, sem agregação de valor. É um prejuízo que só faz crescer.
 
No último dia 6, um domingo, registrou-se, no Porto do Pecém, o maior embarque dessas rochas: 15.600 toneladas, em blocos, foram levadas daqui para a Marina de Carrara, na Itália, onde serão transformados em belíssimas peças para piso ou revestimento de edifícios públicos e privados em várias cidades do mundo.
 
Por um preço 10 vezes maior. 

Neste ano, segundo informa o presidente do Sindicado da Indústria de Mármores e Granitos do Ceará (Simagran), Carlos Rubens Alencar, as exportações cearenses de rochas ornamentais alcançarão US$ 40 milhões.
 
Se o Ceará tivesse indústria moderna de beneficiamento de mármores e granitos, esse valor saltaria para US$ 400 milhões. 
Por que ainda não beneficiamos o belo mármore e o ainda mais belo granito que se encontra no chão da região Norte do Ceará? 

O Espírito Santo, rico também dessas rochas, faz delas belíssimas e caríssimas peças, que saem pelo Porto de Vitória diretamente para os países europeus e asiáticos a um preço de fazer inveja aos mineradores cearenses.

Há pouco mais de cinco anos, foi acertado pelo Governo do Ceará com as principais empresas capixabas beneficiadoras de mármores e granitos a instalação, na ZPE do Pecém, de unidades industriais que agregariam valor a essas rochas. 

Tudo ia bem, até que o Porto de Roterdã se tornou sócio da CIPP S/A, empresa que administra o Complexo Portuário e Industrial do Pecém e, também, a ZPE do Ceará. Os holandeses pediram tempo para examinar com mais detalhes o acordo com os empresários do Espírito Santo.
 
O tempo passou e, até agora, nada do que foi escrito naquele acordo se cumpriu, para frustração dos capixabas e, também, dos empresários que atuam no ramo da extração e exportação das rochas ornamentais cearenses. 

A vida segue, e esta coluna registra agora duas informações do setor de rochas ornamentais do Ceará. 

A primeira é sobre a expectativa em torno do Marco Regulatório para a exploração das minas. Em elaboração pela Semace, essa regulação exige anuência das prefeituras para a mineração, cuja autorização, porém, é federal, e está criado o embróglio.

A segunda informação diz respeito ao início do primeiro curso de MBA em Gestão e Utilização de Rochas Ornamentais em Obras Civis. Apoiado pelo capítulo cearense do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), do Sistema Fiec, o curso é inédito no mundo.
 
Ele tem 27 alunos, que são empresários, gerentes e profissionais da cadeia produtiva, além de engenheiros e arquitetos. Os professores são especialistas, cuja maioria tem título de doutor pós doutor.

VIÚVA ESPERA HÁ ANOS QUE A ENEL LHE PAGUE

Há cerca de cinco anos, a Enel instalou um linhão, cujos postes e cabos passam ao lado do condomínio Alphaville Eusébio, na geografia do município de mesmo nome, mais precisamente na rua Remerval Carneiro. 

Esse linhão ocupou e permanece ocupando extensa área de terreno particular, sem que, até agora, tenha a Enel indenizado a sua proprietária, uma viúva de 84 anos, que recorreu à Justiça, cuja decisão lhe foi favorável.

As duas partes fizeram um acordo perante a autoridade judicial, mas até ontem, quatro anos depois de sua celebração, a Enel não havia cumprido o que lhe cabe – pagar a indenização à viúva.

NO CEARÁ, A PANDEMIA TEM HERÓIS. ELIAS LEITE É UM DELES

Nunca, na história recente do Ceará, alguém recebeu tantas e merecidas homenagens quanto o médico Elias Leite, que acaba de deixar a presidência da Unimed Fortaleza, após cumprir seu mandato com 100% de sucesso.

Ele, ao longo de sua gestão, foi confrontado com um gigante e inédito desafio: enfrentar uma pandemia. A da Covid-19.
Sob sua liderança, a Unimed Fortaleza reuniu suas tropas e sua inteligência para elaborar e executar um plano estratégico que resultou no mais extraordinário êxito já obtido, no país, por um plano de saúde. 

Foi a Unimed Fortaleza, através da voz de Elias Leite, que deixou os cearenses informados sobre o dia a dia da pandemia. Suas livres viraram campeãs de audiência e se transformaram em boletim oficial sobre o desenvolvimento da doença e sobre o esforço para combatê-la.

Elias Leite decidiu dar uma injeção de ânimo na veia da população cearense, e criou o slogan “Vai dar Certo”, logo transformado em mantra.

Carismático, ele foi, no primeiro momento, confundido com um desses políticos sabidos (não confundir com sábio), que se aproveitam do caos para propagandear suas falsas virtudes.
 
Ele mesmo tratou de desautorizar especulações que o davam como candidato a qualquer coisa neste ano eleitoral.

Agora, longe dos holofotes, mas mantendo seu compromisso com a defesa da saúde dos outros, Elias Leite retoma seu papel de médico e de sócio da Unimed Fortaleza, uma cooperativa de profissionais da saúde que ganhou o respeito e a admiração da sociedade pelo que fez nestes dois anos de pandemia.

PLANO DA AGROPECUÁRIA DO CEARÁ É PARA 10 ANOS

Resta coluna conversou com Carlos Matos, ex-secretário de Agricultura Irrigada do Governo do Ceará, sobre o Plano Estratégico da Agropecuária do Ceará para os próximos 10 anos, em elaboração por uma equipe chefiada por ele.  

O pano será a bússola da nova gestão da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará, presidida por Amílcar Silveira.

De acordo com Carlos Matos, o plano colocará foco na inovação tecnológica e na prestação da assistência técnica aos produtores rurais cearenses, principalmente aos pequenos, que são a maioria. 

De acordo com Carlos Matos o setor primário da economia do Ceará tem crescido no ritmo do frevo, citando a hortifruticultura como o setor que mais tem sido incrementado por força do avanço tecnológico. 

Para e execução do plano de levar assistência técnica de qualidade aos pequenos produtores rurais do Ceará, a Federação da Agricultura planeja celebrar parceria com entidades brasileiras e estrangeiras. Carlos Matos me disse que, nos próximos dias, haverá novidades. Então, aguardemos! 

PAULO ANDRÉ HOLANDA NO SENAI NACIONAL

Superintendente Regional do Sesi-Ceará e diretor Regional do Sesi-Ceará, Paulo André Holanda, acaba de tornar-se membro da Comissão Administrativa do Fundo de Reserva Financeira do Senai Nacional.

Ele foi empossado por Rafael Lucchesi Ramacciotti, diretor de Educação e Tecnologia da CNI, superintendente do Diretório Nacional do Sesi e diretor geral do Diretório Nacional do Senai.

Dos 20 regionais elegíveis a compor a comissão, Paulo André Holanda foi o mais votado (15 votos). 

Seu mandato de dois anos expirará no dia 31 de dezembro de 2023.

O objetivo da comissão de que ele faz parte é suprir recursos financeiros para a implantação de projetos específicos relacionados, preferencialmente, a processos de reorganização administrativa ou melhoria de processo de gestão alinhado à estratégia do Departamento Nacional.