'Empresários, reduzam sua dependência do governo', sugere consultor

Ouvido pela coluna, o consultor empresarial, que conhece de cor e salteado os problemas da economia cearense e suas soluções, adverte: "O governo não pode ser casa de caridade".

Legenda: Consultor diz que o governo deve cobrar pela água que capta, represa e distribui para as atividades econômicas
Foto: Honório Barbosa / Diário do Nordeste

Um consultor de empresas, observando do seu ponto de vista o cenário da economia cearense e o comportamento dos seus agentes – os empresários – transmite um conselho:  

“Assumam uma atitude inovadora e reduzam ao mínimo que for possível sua dependência do governo.”

Ele avança um pouco mais: 

“Se na agropecuária a prioridade é a água, assumam o compromisso de pagar pela água que consomem. Trata-se de um bem doado pela natureza – a chuva – mas que, para ser represada e distribuída, exige altos investimentos estatais.” 

Resumindo: a água é um ativo que custa dinheiro, principalmente no Nordeste brasileiro. 

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“O governo não pode transformar-se em casa de caridade, fazendo doações do que a natureza lhe gratifica. Por isto mesmo, pode e deve cobrar pela oferta desse insumo vital para humanos, animais e vegetais”, diz o consultor. 

Mas a mesma fonte, que conhece de cor e salteado os problemas da economia cearense e, mais do que isto, suas soluções, cita exemplos das lideranças da indústria e da agropecuária, que resolveram, cada uma a seu modo, tornar-se parceiros do Estado. 

“A Fiec aderiu, em boa hora, ao projeto de implantação do Hub do Hidrogênio Verde no Pecém, a cujo esforço se juntaram a Universidade Federal do Ceará (UFC) e o Senai-Ceará, que instalou um Centro de Excelência de Transição Energética na sua unidade de Barra do Ceará, em Fortaleza, o qual capacitará mão de obra para as empresas de energia renováveis e para as que produzirão Hidrogênio Verde no Pecém.

“A Faec, por sua vez, procura orientar as empresas do H2V a que invistam na geração de energia solar fotovoltaica nas terras mais degradadas do sertão cearense, onde o sol está domiciliado. É essa parceria que, no curto e no médio prazos, dará ao Ceará a condição de tornar-se protagonista do já chamado combustível do futuro, o H2V”, acrescentou o consultor.
 
De acordo com ele, cabe ao empresariado – da indústria, da agropecuária e do comércio – a decisão de, antecipando-se ao governo, acelerar os investimentos de que o Ceará necessita para dar o salto de qualidade que o fará protagonista das energias renováveis, por meio das quais será também ator principal do processo de produção do Hidrogênio Verde.
 
PRODUTORES RURAIS REÚNEM EM ALMOÇO NA 6ª FEIRA

Na próxima sexta-feira, 3, produtores e presidentes de sindicatos rurais do Ceará reunir-se-ão às 12h30 para debater seus problemas, entre os quais o da crise do leite. 

Nesse dia, haverá o tradicional Almoço do Eproce – Encontro dos Produtores Rurais do Ceará (Eproce), que tradicionalmente reúne em um restaurante do bairro Seis Bocas até 100 pessoas, entre grandes, médios pequenos agropecuaristas.

Entre os temas a serem debatidos, incluem-se o Concurso Leiteiro que será realizado sábado em uma fazenda do município de Milhã, a precária situação das estradas na Chapada do Apodi, a posição dos produtores rurais em relação aos Perímetros Irrigados administrados pelo Dnocs na região Norte do estado e as relações do setor agropecuário com o novo governo estadual.