Berlim (Alemanha) – Quando abril chegar, trará com ele uma grande novidade: o Ceará começará a exportar limão Thaiti para o Canadá.
A primeira exportação será de 20 toneladas, que ocuparão um contêiner de 20 pés.
Neste momento, o cultivo do limão a ser exportado ocupa uma área de 10 dos850 hectares da Fazenda Terra Santa, em Santa Quitéria, de propriedade do empresário Fábio Queiroga, um paraibano de nascimento radicado no vizinho Grande do Norte e “cearense por osmose”, diz ele, alegando a convivência diária com seus executivos e funcionários do Ceará.
A exportação do limão da Terra Santa será feita pelo Porto do Pecém. Segundo Queiroga, a mercadoria será embarcada em um navio da HapagLloyd, que atracará no porto de Nova Iorque, de onde seguirá viagem de caminhão até Montreal, na porção francesa do Canadá.
Mas não só limão produz a Fazenda Terra Santa. Em Quixeré ela também cultiva soja em 300 hectares de soja e toda a produção é adquirida por empresas da avicultura cearense, liderada pela Tijuca Alimentos e pela Avine.
Por que plantar limão no Ceará para exportação? – foi a pergunta natural que a coluna fez a Fábio Queirohga. Eis sua resposta:
“Primeiro, porque o solo da Chapada do Apodi é de excelente qualidade. Segundo porque São Paulo, que lidera a produção e a exportação brasileiras de limão, enfrenta alguns problemas fitossanitárias que se agravam”.
Ele não disse, mas abriu um sorriso quando alguém ao seu lado insinuou que ele já estava se preparando para tomar conta desse mercado. Queiroga respondeu, dizendo que não, pois os paulistas têm como enfrentar e vencer esse problema.
Fábio Queiroga falou bem de sua plantação de soja, que faz rotação com a do milho.
“Plantamos e colhemos soja de quatro em quatro meses; quando termina a colheita da soja, nos plantamos milho, que também é adquirido pela Tijuca e pela Avine. Nossa produtividade é boa: são 62 sacas de soja por hectare, mas com viés de alta”, ele disse.
O limão e todas as frutas plantadas na região da Chapada do Apodi, incluindo os municípios de Limoeiro do Norte, Tabuleiro do Norte e Quixeré e mais a geografia de Russas, Itaiçaba, Aracati e Icapuí é uma área livre da mosca da fruta, ou seja, autorizada a exportar o que produz, e é o que os fruticultores da Agrícola Famosa, que produz e exporta melão e melancia, e da Tropical Nordeste, que produz e exporta banana nanica, estão fazendo.
Muito em breve essa lista será ampliada, pois a Itaueira Agropecuária – que já exportou seu melão “Rei” para a Europa, EUA e Canadá, está acelerando seu novo projeto na região do Jaguaribe, cuja produção será quase toda destinada ao mercado externo.
BOA NOTÍCIA; O FRETE MARÍTIMO ESTÁ CAINDO
Duna Uribe, diretora comercial do Porto do Pecém, estava feliz ontem na Fruit Logistica. Simpática como sempre e muito elegante, ela disse à coluna que o frete marítimo – que disparou durante a pandemia – está retornando ao que ela chamou de “padrão da normalidade”.
A notícia é boa porque abre a perspectiva de mais e melhores negócios para todos os atores da cadeia da navegação marítima e portuária.
Duna Uribe não quis falar sobre os contatos que vem mantendo em Berlim, não só no estande do Complexo do Pecém, que opera dentro do estande de seu sócio holandês, o Porto de Rogterdã. Mas ela deixou escapar uma frase: “Nossos contatos caminham para além do esperado”, ela disse, sorrindo de novo.
Ontem, sob as vistas distantes deste colunista, ela conversou demoradamente com Edson Brok, cuja empresa Vegetal Nordeste produz e exporta banana “Cavendish” (nanica) para vários países europeus principalmente para o Reino Unido (Inglaterra).
No final da conversa, Duna manteve-se calada, mas Edson Brok apenas comentou: “Nós e o Porto do Pecém somos bons parceiros”.
Além de produzir e exportar frutas, Brok atua também na área da logística com uma empresa de transporte rodoviário de cargas para exportação e importação.