Bolsonaro visita hoje o Cariri e gera tensão em Juazeiro
O presidente da República e sua comitiva terão de mostrar documento de vacinação anti-Covid. É decisão judicial que vale para todos, adverte o governador Camilo Santana. E mais: 1) Terminal de trigo do Mucuripe vai a leilão hoje; 2) Fiema visita a Fiec; 3) Governo esqueceu os hoteis
Hoje, sexta-feira, 13 de agosto, o presidente Jair Bolsonaro e seu ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, pousam no Aeroporto Regional do Cariri para entregar centenas de casas populares aos seus donos – pessoas pobres da região.
Os dois, porém, terão de, no desembarque, mostrar às autoridades sanitárias do Governo do Ceará seus comprovantes de vacinação contra a Covid-19 ou de teste PCR negativo.
Do contrário, não poderão entrar na cidade de Juazeiro do Norte, onde cumprirão agenda de inauguração de obras. Será um fato de alta repercussão política que poderá esticar ainda mais a corda da crise.
Não há notícia de que o presidente Bolsonaro tenha tomado qualquer uma das vacinas contra a Covid.
O que poderá acontecer se o Chefe da Nação não apresentar o documento de vacinação, só o saberemos após pousar o avião presidencial, por volta de 11 horas.
O documento deverá ser exibido a agentes da Secretaria de Saúde do Ceará ou à administração do aeroporto local ou à Polícia Civil ou Militar. Essa expectativa gera tensão.
A exigência do governo cearense – que cumpre uma decisão da Justiça estadual – vale para todos os integrantes da comitiva presencial, avisou ontem o governador Camilo Santana.
Em Juazeiro do Norte, o presidente entregará 1.812 moradias que integram dois empreendimentos: o Residencial Leandro Bezerra de Menezes, com 300 apartamentos, no qual foram investidos R$ 72 milhões; e o Residencial Padre Cícero, com dois módulos de casas geminadas – o primeiro com 479 unidades e o segundo com 433 – nos quais foram investidos R$ 70,2 milhões.
Na cidade do Crato, será entregue o Residencial São Bento, com 982 casas em lotes individuais. O projeto consumiu investimento de R$ 73,6 milhões.
Tudo acontecerá em uma única solenidade em Juazeiro do Norte, se o presidente Bolsonaro for autorizado pelo governo cearense a entrar na cidade.
Os residenciais a serem entregues hoje têm infraestrutura completa, pavimentação, redes de água, esgotamento sanitário, drenagem, energia elétrica e disponibilidade de acesso ao transporte público.
Esta coluna não crê que acontecerá qualquer impasse que impeça a visita de hoje do presidente da República ao Ceará.
HOJE, O LEILÃO DO TERMINAL DE TRIGO DO MUCURIPE
Hoje, às 15 horas, na Bolsa B3, em São Paulo, o Terminal de Granel Sólido Vegetal (MUC01) do Porto do Mucuripe será arrendado à iniciativa privada por meio de um leilão público.
Autorizado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), o leilão será comandado pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e acompanhado pela diretora-presidente da Companhia Doca do Ceará, Mayhara Chaves, pelo seu diretor comercial, Mário Jorge Cavalcanti, e pelos interessados que participarão do certame.
A empresa vencedora do leilão terá de investir R$ 50 milhões em obras de melhoria do terminal.
“No caso do terminal de trigo, o vencedor terá que melhorar a infraestrutura e equipamentos necessários à sua operação, incluindo obras de derrocamento no berço 103 e aquisição de equipamento ‘ship unloader’ (descarregador de navios)”, antecipa a diretora-presidente da companhia.
Destinado à movimentação, armazenagem e distribuição de cargas – com destaque para o trigo -, o Terminal de Granel Sólido Vegetal do Porto de Fortaleza ocupa uma área total de 6 mil m².
Em 2020, a movimentação de trigo colocou o Porto de Fortaleza na liderança do ranking desse tipo de carga entre os portos do país, com 1,201 milhão de toneladas importadas principalmente dos EUA e Argentina.
O GOVERNO ESQUECEU OS HOTEIS
Por decisão do governo do Estado, estão autorizados os eventos sociais e empresariais para até 100 pessoas em ambientes fechados e até 200 em ambientes abertos.
Ótimo! Mas a decisão governamental deixou de fora os hotéis, principalmente os que criaram e mantêm espaços para eventos desses dois tipos – sociais (casamentos e festas de aniversário, por exemplo) e empresariais (convenções e seminários, por exemplo).
Por que a discriminação? – é a pergunta que surge.
Os hotéis operam hoje com índice baixo de ocupação (algo como 30% nesta época do ano) e por isto mesmo necessitam dos eventos sociais e corporativos para manter-se abertos e mantendo empregados os seus colaboradores.
E mais: os hotéis, principalmente os maiores, primam pelo cumprimento dos protocolos sanitários impostos pela pandemia da Covid-19.
PULVERIZAÇÃO COM DRONES, MENOS NO CEARÁ
Nos estados do Centro Oeste, a pulverização área das lavouras de soja, milho e algodão começarão a ser feitas nos próximos dias por meio de drones.
Para iniciar, serão pulverizados 250 mil hectares de variadas culturas naquela região.
A Koppert, fabricantes de defensivos biológicos, e a Jacto, empresas de máquinas e soluções agrícolas, celebraram parceria para o uso de drones na pulverização com biodefensivos macrobiológicos, ou seja, com base em produtos naturais.
Esse tipo de defensivo avança na velocidade do frevo e, muito brevemente, passará a ser utilizado em larga escala também no Ceará, mas com uma diferença: sua pulverização não poderá ser aérea, mesmo por drones, porque uma Lei, sancionada pelo governo do Estado, o proíbe em todo o território cearense.
GOMES DE MATOS LANÇA “NOVA GESTÃO”
Empresário e sócio fundador da Gomes de Matos Consultoria, o economista Eduardo Gomes de Matos lançará, nos próximos dias, seu novo livro – “A Nova Gestão”, elaborado com base na análise do modelo de gestão atual, que, na sua opinião, ainda é fundamentado em uma lógica antiga, herdada da era industrial.
Segundo o autor, não dá para pensar no futuro com a cabeça de hoje.
"Não dá para usar os mapas atuais para chegar a destinos novos e desconhecidos", afirma Gomes de Matos, que no seu novo livro apresenta os princípios da Nova Economia que permitirá que se implementem práticas de gestão para qualquer futuro.
Eduardo Gomes de Matos diz que pesquisou as causas dos grandes fracassos empresariais (Blockbuster, Kodak, Omega etc) para entender suas razões e, assim, evitá-los.
Para concluir o livro, e tão importante quanto os outros pontos abordados, ele somou sua experiência de mais de 30 anos atuando como consultor empresarial, assessorando empresas de portes variados e ajudando-as a ser competitivas e longevas.
"Nós queremos estimular e ajudar líderes de todas as organizações, grandes ou pequenas, a observarem mudanças e desafios, a unir e inspirar pessoas, a inovar continuamente para, enfim, entregar resultados", conclui.
MARANHENSES VISITAM A FIEC
Carlos Prado, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), recebeu ontem uma comitiva de empresários maranhenses capitaneada pelo presidente da Federação das Indústrias daquele estado (Fiema), Edilson Baldez.
Eles conheceram a experiência do Ceará no estímulo ao desenvolvimento das energias renováveis, o que os ajudará a impulsionar a expansão do setor no Maranhão.
Os empresários industriais maranhenses também conheceram o Observatório da Indústria da Fiec e os projetos desenvolvidos por ele.
ENERGIA SOLAR TERÁ MARCO CONSENSUAL
Para a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o consenso do novo texto do Projeto de Lei n° 5.829, que cria o marco legal para a geração própria de energia a partir de fontes renováveis no Brasil, vem para aliviar a crise hídrica e ajudar a reduzir as contas de luz de todos os brasileiros.
De acordo com a entidade, esse alinhamento viabilizará sua votação e sua aprovação na Câmara dos Deputados e no Senado Federal nas próximas semanas, após o que ela subirá à sanção presidencial.
O marco legal foi fruto de debates técnicos, consultas e audiências públicas e negociações realizadas desde 2018.
Por sua vez, o acordo, inédito, foi celebrado em reunião realizada ontem, quarta-feira, 11, com representantes do ministério de Minas e Energia, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), do diretor-geral da Absolar e de demais entidades dos setores de distribuição de energia elétrica e do segmento de geração distribuída, além de parlamentares, entre os quais os deputados federais Lafayette de Andrada, relator do PL; Marcelo Ramos, vice-presidente da Câmara dos Deputados; Evandro Roman, Beto Pereira, Rodrigo Pacheco e Danilo Fortes, presidente da Frente Parlamentar de Energias Renováveis.
O novo texto garante segurança jurídica aos mais de 600 mil consumidores pioneiros que já possuem o sistema de geração própria instalado, para os quais as regras atuais serão mantidas até o final de 2045.
Também entrarão nessas mesmas condições os novos pedidos feitos até 12 meses da publicação da lei, trazendo estabilidade ao mercado.
Assim como previa o PL, foi criada uma regra gradual de transição que estabelece um custeio da infraestrutura elétrica quando o consumidor com geração própria injetar eletricidade na rede de distribuição.
O texto determina que sejam considerados e calculados todos os benefícios da geração própria de energia renovável ao sistema elétrico, bem como os atributos ambientais, pleitos históricos da Absolar em defesa de um tratamento justo e equilibrado para a modalidade no País.
Para o presidente-executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia, o acordo é um passo importante na construção desta política pública que fortalecerá o desenvolvimento da energia solar no Brasil.
“O governo federal se comprometeu a apoiar e aprovar o texto de consenso no Congresso Nacional e na sanção presidencial, para transformá-lo em lei ainda neste ano. O relator já entregou o novo texto ao presidente da Câmara, Arthur Lira, para que possa ser votado o quanto antes”, disse Sauaia.
Esta coluna deixa claro para os seus leitores que esta informação contém a posição da Absolar, que é favorável ao novo texto do PL do marco legal. Há entidades e empresários que não concordam com ele, e seu posicionamento, tão logo se torne público, será aqui divulgado.