Ata do Copom anima a bolsa e derruba o dólar

Mas o Comitê de Política Monetária, considerando o balanço dos riscos, manteve a advertência de que, se for necessário, aumentará a Selic de novo.

Legenda: Na ata do Copom está bem claro que, se houver necessidade, a taxa de juros Selic aumentará novamente
Foto: Divulgação

Repercute positivamente a ata daúltima reunião do Comitê de Política Monetária, o Copom, que na última quarta-feira, por unanimidade, decidiu manter inalterada a taxa básica de juros Selic, que desde agosto do ano passado está no patamar de 13,75% ao ano. ABoilsa sobe, passa dos 100 mil pontos, e o dólar cai, e cai forte.

A ata reitera que a autoridade monetária não terá nenhuma dúvida em elevar a taxa Selic, outra vez, se isto for necessário. Eis dois trechos da ata:

"Considerando os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75% a.a. O Comitê entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui os anos de 2023 e, em grau maior, de 2024. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.

"Considerando a incerteza ao redor de seus cenários, o Comitê segue vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação. O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas, que mostrou deterioração adicional, especialmente em prazos mais longos. O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado."

As incertezas de que trata a ata do Copom incluem a proposta de novo arcabouço fiscal, que substituirá o teto dos gastos. Para os diretores do BC, parece estar claro que uma coisa é a boa intenção da proposta que será encaminhada ao Congresso Nacional nos próxkos dias; outra xoisa é o que será aprovado pelos senadores e deputados federais. Diante dessa dúvida, passa a impressão de que o Copom achou mnelhor não mexer na Selic até que o tempo, o senhor da razão, jogue luz nessa obscuridade em que se transformou a nova âncora fiscal do goverfo do presidente Lula.

O mercado aguarda por essa proposta, a autoridade monetária e os empresários, também. Mas ela se mantém sob sigilo, fazendo crescer a expectativa entre os investidores, parte dos quais, aliás, se move pela especulação.