Este é um espaço criado para a divulgação dos atos e fatos da economia – a cearense, em primeiro lugar; a nordestina em segundo lugar; a nacional brasileira em terceiro lugar; e, por fim, a mundial, exatamente nesta ordem.
Hoje, porém, a economia é aqui substituída por um assunto que tem tudo a ver com o meio ambiente, ou seja, com o desenvolvimento sustentável, mas sob o ângulo da sustentabilidade urbana.
Esta coluna preocupa-se com o estado de aparente abandono em que se encontra a área verde da cidade de Fortaleza. Não se trata do gigantesco e belíssimo Parque do Cocó, o pulmão da cidade, que tem e mantém, naturalmente, os seus autocuidados.
O que preocupa os que têm compromisso com o meio ambiente é a visível desativação do serviço de poda das árvores que embelezam as ruas, avenidas e praças da capital cearense.
De janeiro a abril deste ano, os céus prodigalizaram Fortaleza com boas chuvas, que rejuvenesceram o verde da cidade. Suas árvores floresceram, ganharam novos galhos e novas cores, cresceram para cima e para os lados. E aqui mora o perigo.
Nas grandes avenidas e nas pequenas ruas de Fortaleza, por obra e graça da natureza que mandou as chuvas, as mais diferentes espécies de árvores plantadas em todas as regiões da cidade robusteceram-se, fortificaram-se, rebelaram-se e hoje correm perigo, carecendo por isto de um socorro urgente da autoridade municipal.
Se esse socorro não vier logo, muitas dessas árvores desabarão. E a culpa será de quem, na estrutura administrativa da PMF, é o responsável por uma simples atividade: a da poda das árvores.
Leitores desta coluna têm transmitido mensagens sobre o que chamam de “situação de perigo”, “prestes a cair”, “pendendo para o lado direito”, “pendendo para o lado esquerdo”, “se cair, poderá provocar incêndio”, “vai desabar e destruir as linhas de energia elétrica, de telefonia e de internet”, referindo-se às várias situações em que se encontram as árvores da cidade.
Resumidamente, essa situação pode ser descrita tendo como exemplo o que acontece ao longo da rua Tibúrcio Cavalcante, desde a Avenida Beira Mar até o bairro de São João do Tauape, onde ela termina. A bela e densa arborização dessa rua necessita, com urgência, hoje e não ontem, de um serviço profissional e competente de poda.
Esta simples providência administrativa é a recomendada para a situação de hoje em todos os espaços públicos da cidade.
Por exemplo: na rua Joaquim Nabuco, entre as ruas Affonso Celso e Torres Câmara, há duas árvores em estado terminal, atacadas por pragas e doenças. Elas são altas e uma delas abriga uma “casa de maribondos”, da qual, há dois anos, fugiu um destacamento do Corpo de Bombeiros que tentou retirá-la, sem êxito.
Em várias ruas de Fortaleza, os automóveis de passeio, os ônibus e os caminhões têm de desviar-se dessas árvores, que, por falta de poda, avançam em direção ao espaço aéreo da pista de rolamento, reduzindo a área de manobra dos veículos e provocando a retenção do tráfego.
A PMF, que acaba de criar a Taxa do Lixo, está tonificando suas receitas e, por isto mesmo, dispõe de verba suficiente para que se faça a poda das árvores que ornamentam Fortaleza.
Esse serviço, que inexplicavelmente parece suspenso, precisa, e com urgência, de ser reativado, em nome do desenvolvimento sustentável, do meio ambiente e da vida dos mais de 3,5 milhões de habitantes desta bela capital cearense.
A PMF precisa mostrar na prática que está comprometida com a governança ambiental, social e corporativa (ESG, na sigla em inglês), e para fazê-lo terá de tomar providências elementares, uma das quais é a de executar a poda das milhares de árvores que emolduram a paisagem urbana de Fortaleza.
Isso custa dinheiro, todos o sabemos, mas dinheiro é o que não deve estar faltando no Tesouro municipal. Por exemplo: este colunista, que é também um obediente contribuinte, já pagou, no vencimento, a primeira parcela da Taxa do Lixo.