Opinião: Atrás de todo jogador tem uma família que espera sua volta pra casa

Leia a Coluna desta quinta-feira (22)

Legenda: Com estilhaços de vidro pelo corpo, o Dudu desembarcou enfaixado, recebido pela esposa e filha
Foto: Thiago Gadelha / SVM

'Papai, você se machucou no trabalho?'. A frase impactante que rodou o Brasil da garotinha Bela Marques, de apenas 3 anos filha do lateral Dudu do Fortaleza, reflete o medo e ao mesmo tempo a dúvida na cabeça de uma criança, a pergunta ingênua de uma menina que não entendeu porque o pai saiu de casa e voltou machucado.

Será que isso vai acontecer sempre? Foi apenas um caso isolado? E a punição? Essas perguntas sempre vem à tona quando cenas de terror chamam atenção, um cenário  que infelizmente assola o Brasil. De acordo com os dados do Governo Federal, o Brasil fechou o ano de 2023 com 40.464 assassinatos registrados, entro na esfera de homicídio, porque acredito que quando pessoas se reúnem para atentar contra a vida de outras, a justiça encara como tentativa de homicídio, os registros assustam a sociedade e o futebol não está à parte disso, o esporte que a manifestação popular do mundo também sofre com a criminalidade. 

Veja o Jogada 1 abordando o tema

Quantas vezes falamos sobre os casos de violência no futebol? Jovens que saem para assistir a uma partida e não voltam, de jogadores que saem para trabalhar e voltam machucados? O último episódio de crime presenciamos o goleiro João Ricardo com seis pontos na cabeça, o lateral Escobar está com 13 pontos, com trauma crânio-encefálico, o lateral Tinga está com um vidro na panturrilha, o lateral Dudu está com estilhaço no corpo. 

Legenda: Jogadores do Fortaleza desembarcaram após noite de terror em Recife
Foto: Thiago Gadelha

 

Não é caso isolado

Podemos provar que não se tratam de fatos isolados os episódios de violência em todo país. Em 2022 o ônibus do Bahia foi atingido por bomba na Fonte Nova, antes de enfrentar o Sampaio Correia, pela Copa do Nordeste, Danilo Fernandes e Matheus Bahia sofreram lesões graves.

Ainda no mesmo ano, a imprensa do Sul destacou o dia 26 de fevereiro como um dos mais tristes nos 112 do Gre-Nal, na oportunidade o clássico não foi realizado em razão de um ataque ao ônibus do Grêmio na chegada. Atelas do Grêmio foram atingidos com pedradas.

No Nordeste, registros envolvendo a torcida do Sport também não são isolados, em 2022 um grupo de torcida organizada do Sport invadiu a arquibancada do Corinthians durante o jogo dos dois times na Ilha do Retiro pela Copa Sub-17. 

A delegação do Náutico também foi alvo de torcedores pernambucanos, atletas foram atingidos por pedras na chegada à Ilha do Retiro. 

No ano passado, a  Secretaria do Esporte do Ceará  contabilizou um total de 390 cadeiras quebradas  no jogo entre Ceará x Sport, pela Copa do Nordeste. 

Ainda no ano passado, tive uma desagradável experiência em uma cobertura esportiva também em Recife, na oportunidade estava ao lado da repórter Raisa Martins, da TV Verdes Mares e presenciamos cenas de terror em um estabelecimento onde se encontrava a torcida do Ceará. Um grupo de torcedores do Sport entrou no local e atirou pra cima assustando cearenses e famílias que estavam presentes.

Diante a tantos casos, já está na hora, ou melhor passando da hora por providências, notas de repúdio para dar uma satisfação, todos já estão cansados de ler. Aliás, todos estão cansados de tanta violência e assustados com o pior que infelizmente não está longe de acontecer.

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