A busca por patrocínios. Essa é a saga de milhares de atletas, aqui no Ceará infelizmente em alguns momentos este é o cenário. E essa realidade não é apenas para atletas iniciantes, esportistas renomados sentem dificuldades em firmar parceria com empresas da sua terra natal, como é o caso da Vittória Lopes.
Nos jogos Pan Americanos no Chile, Vittoria Lopes, Miguel Hidalgo, Djenyfer Arnold e Manuel Messias, subiram ao pódio no revezamento misto de triathlon, mais uma conquista para a cearense que ao lado da mãe Hedla Lopes (Ex-atleta), vibrou muito com essa conquista.
“Vê minha filha traçando por esse caminho é um misto de sentimento, é muita ansiedade, muita felicidade também”, revela Hedla Lopes. (mãe e ex-atleta)
Vitoriosa
Vittoria, medalhista em jogos Pan Americanos começou a trajetória ainda criança, incentivada pela mãe, teve a piscina como uma aliada, aos 17 anos encontrou no triathlon uma forma de conquistar títulos, medalhas e a história está sendo vitoriosa.
Em 2018, a atleta integrou a equipe nacional campeã de revezamento misto nos Jogos Sul-Americanos em Cochabamba.
Em 2019, o time da cearense também conquistou ouro no Campeonato Pan-Americano de Triatlon.
Sem patrocínio local
Entre tantas conquistas um fato chamou atenção: todos os patrocinadores da atleta são de fora, nenhuma empresa cearense se interessou em “abraçar” o projeto olímpico. De um lado preocupa, para que um atleta tenha uma alta performance é necessário um investimento. Podemos falar que apesar dessa realidade difícil, Vittoria nasceu “berço de Ouro”, por ser filha da primeira mulher do Norte e Nordeste do Brasil, a disputar os jogos Pan- Americanos, em 1975, na prova de natação.
Confira trecho do Elas do Esporte
“Na minha época era muito difícil, sofri muito, por ser mulher, nordestina, mas com muita luta consegui”, destaca Hedla Lopes.
Só que muitas meninas não têm a mesma sorte da Vittoria e com a falta de patrocínio, de investimento acabam deixando o sonho de lado.
“Todos os meus patrocinadores não são de Fortaleza, não falo só pelo dinheiro, o que eu fico triste é pela falta de reconhecimento, o acreditar, graças a Deus que eu tenho muito apoio. Fico triste porque eu sei que aqui em Fortaleza tem empresas muito grandes, de muito potencial e parece que é uma coisa cultural de não enxergar o esporte. Não valorizar quem é da casa”