A necessidade crescente de inclusão digital de todos nós, principalmente após o surgimento do Pix, por exemplo, pessoas que nem conta em banco possuíam, hoje utilizam seus celulares para pagar, receber, transferir, tomar empréstimo de forma automática e com poucos cliques ou toques.
No Brasil, estima-se que aproximadamente 45 milhões de indivíduos tenham se beneficiado da inclusão financeira por meio do Pix. Esse avanço na inclusão tem sido impulsionado pelo rápido processo de digitalização, especialmente no que diz respeito aos pagamentos. No entanto, é importante salientar que essa inclusão não abrange todos os aspectos da educação financeira.
Embora essas mudanças tenham permitido que mais pessoas tenham acesso ao sistema financeiro, elas não garantem necessariamente uma experiência tranquila e completa nesse ambiente.
Por exemplo, não asseguram que os indivíduos adiram a produtos financeiros mais complexos e tampouco oferecem orientações adequadas para que tomem decisões financeiras que promovam sua saúde financeira. Isso depende do nível de conhecimento e educação financeira da população.
Por isso decidi escrever sobre o tema, pois tenho visto muitas ofertas de facilidades de bancos digitais, mas pouco comprometimento de todos em relação ao seu consumidor, ao seu colaborador, enquanto cidadão financeiro capacitado e consciente para uso adequado destas “novidades”.
O que vemos, é uma onda de bancos digitais buscando clientes via empresas e suas folhas de pagamento, onde o colaborador passa a ter uma conta digital com limite de crédito imediato, podendo se endividar de forma rápida com desconto em folha, ou seja, segurança para o banco e dívidas para o empregado.
Neste cenário, faço apelo aos Gestores de Pessoas nas empresas para que foquem o olhar para estes colaboradores que, agora com tanta inovação digital, acabam por perder o rumo de suas finanças pessoais. Mas será que é papel da empresa se preocupar com Educação Financeira dos seus colaboradores? Ingênuo aquele que acredita que a situação financeira do empregado não interfere nos lucros da empresa, se esta for a única instância analisada.
A empresa pode contribuir de forma significativa para a Educação Financeira de seus colaboradores, transformando a ameaça em oportunidade e lá vão algumas dicas para a empresa que de fato se preocupa com suas “pessoas”:
Assim, aos poucos, com pequenas doses de inclusão, as pessoas e famílias poderão considerar a empresa, não só como um emprego, mas como uma corporação preocupada com seu bem-estar de verdade. Mas, fica a pergunta: será que a empresa está disposta a pagar por isso? Onde está o valor destas ações? Me entristece ver que muitas “dizem” querer Educação Financeira, mas preferem pagar treinamentos de Vendas. Fica o desabafo!
E você, preste atenção na empresa em que você trabalha: ela cuida da sua vida financeira? Você também faz parte desta escolha.
Pensem nisso! Até a próxima.
Ana Alves
@anima.consult
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Economista, Consultora, Professora e Palestrante