O cenário dos investimentos, impactado pela nova realidade da taxa Selic, colocou os investidores na necessidade de buscar novas alternativas, além das tradicionais aplicações em Caderneta de Poupança, CDB’s, Tesouro Direto e Fundos de Renda Fixa.
Os influenciadores em finanças, já em tendência de crescimento nos últimos anos, foram potencializados neste novo cenário, pois encontraram investidores ávidos por informações sobre investimentos.
Ao trazer diversas informações sobre ativos e estratégias de investimentos, os influenciadores, por meio de dicas de produtos e ações, criptomoedas, análise de ações, day trade, abertura e fechamento de mercado e educação financeira, alcançam diversos públicos, dos iniciantes aos mais sofisticados, e seguem em tendência de crescimento, conforme recente levantamento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais – Anbima, com o apoio do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados – IBPAD.
Os principais influenciadores de investimentos, cerca de 266, segundo levantamento da Anbima e do IBPAD, alcançam números espetaculares de seguidores nas principais redes sociais: 74 milhões.
Entre os destaques, nas diversas categorias, os produtores de conteúdos, mapeados pela pesquisa em 48 influenciadores, tem o maior volume de publicações e o maior número de seguidores, cerca de 39 milhões, em que os grandes nomes são Me Poupe!,O Primo Rico e Economista Sincero.
As outras categorias, segundo o levantamento, são analistas, trader, casa de análise, especialista, investidor independente, assessoria/corretora, portal especializado, educador financeiro, empresa de software e portal de educação.
Particularmente, os influenciadores das casas de análise, como a Suno, Nord e Eleven, que produzem conteúdos de renda fixa e variável, conjuntura econômica, bem como dicas de composição de portfólio, são aqueles que mais me agradam, por serem mais técnicos e adentrarem em assuntos mais profundos.
Em cada rede social, observa-se um influenciador líder entre os seguidores, sendo Carol Dias no Instagram (5,9 milhões), Me Poupe no YouTube (5,7 milhões), Empiricus no Facebook (1,1 milhão) e Nath Finanças no Twitter (441 mil),
Entre os efeitos colaterais do crescimento dos influenciadores, pode-se destacar, em alguns casos, a superficialidade de assuntos mais complexos e o despreparo. Em certo vídeo, um influenciador me causou calafrios, ao explicar como se obtém a mediana do relatório Focus do Banco Central.
Em outra situação, um “expert” em investimentos no exterior, prestou informação equivocada sobre ETF negociado nos Estados Unidos. Cheguei até a comentar, e obviamente, fui ignorado.
Apesar da capacidade de difusão do conhecimento em Finanças pelos influenciadores, sobretudo, por tratar um assunto de relativa complexidade de forma leve e didática, que contribuem para um ambiente de investimentos com mais informações, recomenda-se buscar, sempre, na hora de investir, profissionais especializados e que conheçam seu perfil de investidor.
Por fim, no balanço de prós e contras, acredito que os influenciadores contribuem para um ambiente financeiro mais salutar, sobretudo por difundir os benefícios das finanças pessoais e espraiar informações sobre investimentos, que por consequência promovem impactos positivos na seara financeira para a sociedade.
Grande abraço e até a próxima semana!
Este texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.