SAF no Fortaleza: veja modelo dos principais clubes que viraram Sociedade Anônima do Futebol

O projeto ganhou força no futebol brasileiro, com diversos clubes aderindo ao formato

Legenda: O Fortaleza planeja se tornar SAF para ampliar o investimento na qualidade técnica do elenco
Foto: Mateus Lotif / Fortaleza

Um novo movimento se instalou no futebol brasileiro nos últimos meses: clubes se transformarem em Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e venderem ações para investidores. Foi assim com diversas equipes, como Vasco e o Cruzeiro, por exemplo, e pode ser também com o Fortaleza, que propõe um projeto inovador sobre o assunto.

A transformação em SAF é prevista na legislação do Brasil e viabiliza a obtenção de receita através de investimento. Dentro do processo, os clubes precisam se transformar em empresas, através de uma mudança estatutária, o que necessita de aprovação no Conselho Deliberativo. Por fim, oferecem ações no mercado para a negociação.

O Diário do Nordeste lista como foram as últimas mudanças para SAF dos principais times nacionais. Vale ressaltar: todos os modelos apresentam um sócio majoritário, ou seja, que detém a maioria dos ativos e, por tanto, apresenta poder de decisão. Isso é diferente da proposta tricolor com a SAF, pois o clube busca manter o controle do clube.

SAFs no futebol brasileiro

Escudo do Bahia
Legenda: O Bahia é um dos principais clubes do futebol nordestino e se transformou em SAF
Foto: divulgação / Bahia

O último anúncio no futebol brasileiro foi do Bahia. Os sócios-torcedores votaram a favor da comercialização de 90% da SAF do clube ao Grupo City, conglomerado que realiza a gestão de diversos clubes mundiais como o Manchester City. O acordo envolve o investimento de R$ 1 bilhão na agremiação, ao longo de 15 anos, e foi firmado em dezembro.

O montante total seria distribuído entre R$ 500 milhões para a compra de jogadores, R$ 300 milhões para o pagamento de dívidas e R$ 200 milhões para infraestrutura, categorias de base e capital de giro. As cores do time serão mantidas.

John Textor posa para foto no estádio do Botafogo
Legenda: O empresário norte-americano John Textor é dono do Botafogo, do Crystal Palace e do Lyon
Foto: divulgação / Botafogo

Em janeiro, o Botafogo firmou negociação em moldes similares com o norte-americano John Textor, empresário que também é dono do Lyon. O gestor recebe 90% da SAF em investimento de R$ 400 milhões. Com controle do futebol, o investidor anunciou a chegada do técnico português Luís Castro para 2022 e trouxe novos reforços para a equipe.

Imagem da blusa do Vasco
Legenda: O Vasco teve ações adquiridas pela companhia norte-americana 777 Partners
Foto: João Pedro Isidro / Vasco

Em setembro, o Vasco comunicou oficialmente a parceria com a companhia norte-americana 777 Partners. O grupo fez adesão de 70% das ações da SAF por R$ 700 milhões. Com o acesso à Série A, o grupo planeja o elenco de 2023.

Ronaldo Fenômeno em entrevista no Cruzeiro
Legenda: Ronaldo é o atual sócio majoritário do Cruzeiro
Foto: divulgação / Cruzeiro

Por fim, há o caso do Cruzeiro, concluído em abril. A Raposa teve 90% da SAF comprada pelo ex-jogador Ronaldo. A gestão assumiu as decisões do futebol, remontou o elenco e conseguiu o acesso à 1ª divisão. O valor do aporte era de R$ 400 milhões, com o trabalho para a quitação das dívidas da instituição, como nos acordos de Vasco e Botafogo.

Proposta do Fortaleza

A diretoria executiva do Fortaleza deseja transformar a instituição em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) para 2023 com um modelo inovador: mantendo o controle do clube. A cúpula tricolor realizou um estudo e acredita que esse seja o melhor caminho para aumentar a competitividade nos próximos desafios, que incluem Libertadores Série A.

A ideia seria a comercialização de, no máximo, 15% da SAF. No projeto, um banco de investimento profissional e especializado no processo seria contratado para tratar da negociação nos mercados nacional e internacional. O formato manteria as principais decisões e o controle do clube na gestão, com permissão até para torcedores também efetuarem a compra de ativos da agremiação.

Logo, é um caminho diferente de BahiaCruzeiro Vasco, por exemplo, que tiveram ações vendidas e passaram a ter ‘donos’, ou sócios majoritários, após aportes milionários e a quitação de dívidas. Qualquer decisão, no entanto, passa por uma mudança de estatuto via Conselho Deliberativo com uma votação dos sócios, ou seja, o explanado é apenas uma projeto da diretoria executiva do Fortaleza.

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