Com hospital, PV vive nova fase de rica história a serviço do povo; veja fotos da obra

O gigante da Gentilândia dá um tempo no futebol para ser utilizado em uma causa nobre: receber unidade hospitalar que dará esperança de recuperação a doentes do Covid-19. Mais um registro de uma praça especial, a casa do povo

Foto: Foto: Camila Lima / SVM

O "Pvzinho de Açúcar" cativa memórias, conquistas e carinho. Aos 78 anos, deixou de ser estádio, virou patrimônio de um povo. Pulsa quase como o coração no bairro Benfica tomado pela boêmia, juventude e a ebulição do pensar. Nessa história, mudou, transformou-se, e agora vive um capítulo inédito: se metamorfosear em um hospital de campanha para atender vítimas do novo coronavírus.

A imagem até chama atenção. Sozinho, em silêncio, o Estádio Presidente Vargas (PV) assiste a dezenas de operários abrindo buracos no gramado dos craques. Tapete esse que aos poucos vira cimento, do verde se faz cinza.

A medida adotada pela Prefeitura de Fortaleza foi transformá-lo em uma unidade hospitalar com 204 leitos para atender apenas infectados com a Covid-19. Acostumado com a histeria da torcida, aos poucos, o equipamento se volta completamente a outro propósito, se aquieta e acolhe. É perceber-se disposto ao desafio de ser protagonista social. Como em 1974, ao abrigar famílias vítimas de enchentes na Capital, à época com Vicente Fialho como prefeito de Fortaleza. Tão de todos, viu do show da Xuxa ao do Padre Reginaldo Manzotti.

Grandes momentos

Legenda: Em 2012, Ceará e Fortaleza fizeram um clássico histórico pela decisão do Campeonato Cearense no PV
Foto: Foto: Kiko Silva

Aos mais velhos, relatos de touradas no estacionamento e do milésimo jogo do 'rei do futebol', Pelé, com a camisa do Santos - diga-se de passagem, com vitória do Ceará de virada por 2 a 1 pela Série A do Campeonato Brasileiro. São tempos dourados, de prestígio, multidões e muito charme, de uma praça esportiva acostumada ao sucesso.

Daqueles detalhes que apenas o PV tem, sentimento que arrebata ao chegar de pronto na arquibancada. Ter proximidade com a bola, o jogo, o campo e todos os elementos que o compõe desde 1941, data da fundação de uma das principais praças esportivas da terra alencarina.

Nova função

O papel então está bem desenhado: é palco de futebol. Mas há capacidade para se engrandecer mais uma vez e auxiliar no combate ao inimigo invisível. Seguirá como espaço de aglomerações e, para o bem coletivo, de felicidade, recuperação e conquistas.

Sem partida, o estádio substitui a dianteira e se agiganta com médicos, enfermeiros e agentes da saúde no geral, a verdadeira linha de frente do problema. A expectativa é de 500 pessoas atuando diariamente no tratamento dos enfermos.

"É buscando a melhor prática internacional, de segurança, de atendimento, de controle da infecção hospitalar, é por essa razão que a gente decidiu fazer esse hospital (no PV) e vamos entregar no prazo, dia 20 de abril, exatamente quando os infectologistas estimam que muitos vão precisar de um leito para ter a vida salva", enfatizou o prefeito Roberto Cláudio.

A mudança estrutural é premente, antes de se agravar a crise da pandemia. São tempos outros para o PV, que segue para uma partida sem precedentes: aquela em que todos vencem, unidos.

Ficam no ar as histórias, que não hão de se esvair em meio ao processo de quarentena, distanciamento social e possibilidade de contágio. O PV segue soberano no peito mundano e aguardando o calor entusiasmado dos que tanto o aclamaram antes da obra. São páginas do futuro e de reconstrução, que antecedem outras de glórias a que estamos acostumados.

O Estádio Presidente Vargas está sendo remodelado para dar lugar a um hospital de campanha que abrigará doentes da Covid-19. O Diário do Nordeste relembra fatos marcantes da história do PV.

Fotos da obra no PV

Foto: Foto: Camila Lima / SVM

Foto: Foto: Camila Lima / SVM

Foto: Foto: Camila Lima / SVM

Foto: Foto: Camila Lima / SVM