A equipe cearense desperdiçou um pênalti no início, foi superada por 2 a 0 neste domingo (24), fora de casa, e terminou a partida com um a menos após expulsão do volante Juninho.
Uma partida abaixo e com consequências duras para o futuro na Série A do Brasileiro. A derrota do Fortaleza para o Atlético/GO por 2 a 0, neste domingo (24), em Goiânia, é o retrato de uma equipe superada facilmente, apesar do baixo esforço adversário, e que não teve forças para reagir.
O revés é complexo porque o time deixa a 32ª rodada após triunfos também de Goiás e Sport. Ainda há três pontos de vantagem da zona de rebaixamento, mas o Leão perde em ânimo ao não superar rivais que poderiam ter o mesmo nível técnico.
Um detalhe: o revés foi construído no pênalti desperdiçado por Juninho aos 27, quando parou no goleiro Jean. No segundo tempo, o mesmo volante ainda recebeu vermelho e encerrou qualquer chance leonina.
Ouça o FortalezaCast
Atlético-GO x Fortaleza
Posse de bola: 55% x 45%
Finalizações: 11 x 7
Passes: 327 x 397
Faltas: 12 x 13
Cortes: 25 x 13
Jogo travado
O técnico Enderson Moreira apostou no esquema 4-3-3, mantendo Mariano Vázquez como titular. E mesmo com o Dragão completamente neutralizado, não soube transformar a imposição em perigo. No primeiro tempo, inclusive, finalizou sete vezes, sendo duas na meta de Jean.
As ideias então parecem expostas, desenhadas, mas com executadas sem precisão. Na esquerda, o improvisado Tinga sofreu com a escalação: visivelmente não pareceu confortável com a situação.
Dos 13 cruzamentos, o Fortaleza não transformou nenhum lance aéreo em finalização. E isso freia qualquer possível criação substancial de vitórias após bater o Santos na partida anterior, em casa.
Força mental
O pênalti desperdiçado diminuiu o ímpeto tricolor: o time não assimilou o revés e entregou a posse ao adversário, equilibrando as ações.
Em rara escapada do meia Wellington Rato, ex-Ferroviário, Paulão errou no bote e cedeu uma cobrança ao Dragão. Na batida, Jean converteu aos 39. E o Fortaleza foi desmoronando a animosidade dos primeiros minutos em tensão, muito entregue nas chegadas mais ríspidas em dividias.
Faltou força mental ao coletivo. Na sequência de desperdício, as escolhas erradas se multiplicavam em lançamentos sem efeito, lentidão e pouco perigo fomentado aos donos da casa. O Leão, de fato, se fez vulnerável e o impacto surge ao enfrentar um adversário acomodado que, quando chegou, exigiu do goleiro Felipe Alves.
Difícil futuro
As opções do Fortaleza são poucas e a cada partida a limitação se torna mais evidente. Dessa vez sem lateral esquerdo, improvisou. E ao precisar correr atrás do placar, travou em peças como o meia João Paulo e o atacante Éderson, que pouco acrescentaram ao longo da temporada.
Wellington Paulista de novo cedeu espaço para David entre os titulares e, ao entrar, criou um dos poucos momentos de perigo. Assim, a compreensão de que o poderio ofensivo é o maior gargalo e o artilheiro segue reserva faz parte dos paradoxos deixados à comissão técnica tricolor.
No fim, Natanael fechou o placar aos 34 em contra-ataque, e a análise é de preocupação pelo desempenho. Restam seis partidas e o Leão enfrenta Coritiba, Vasco e Bahia, equipes do ciclo do Z-4, no Castelão. Assim, há oportunidade de garantir permanência, mas o Fortaleza precisa atuar mais para tal objetivo.
Ficha técnica
Atlético-GO 2x0 Fortaleza
Competição: 32ª rodada da Série A
Data: 24/01/2020
Horário: 18h15
Local: Antônio Accioly, em Goiânia (GO)
Arbitragem: Rafael Traci (Fifa)
Gols: Jean aos 39´/1º T (1-0), Natanael aos 34´/2º T (2-0)
Cartões amarelos: Paulão (F), Juninho (F), João Victor (A) e Zé Roberto (A)
Cartão vermelho: Juninho (F)
Atlético/GO: Jean; Dudu, Éder (Gilvan), João Victor e Natanael; Marlon, Willian (Gabriel) e Wellington Rato; Danilo (Arnaldo), Janderson e Zé Roberto (Vitor). Técnico: Marcelo Cabo.
Fortaleza: Felipe Alves; Gabriel Dias, Paulão, Jackson e Tinga; Juninho, Ronald (Luiz Henrique) e Mariano Vázquez (João Paulo); David (Éderson), Osvaldo (Wellington Paulista) e Yuri César (Derley). Técnico: Enderson Moreira.