Análise: Ceará tem atuação de gala de Richard, flerta com vitória e acaba punido no fim

Vovô consegue gol aos 47 do segundo tempo em falha da defesa tricolor e não consegue segurar o placar, sofrendo a igualdade cinco minutos depois. Na reta final da Série A, mantém vivo o sonho de Libertadores com placar no Morumbi

Legenda: Ceará empata com o São Paulo no Morumbi pela 35ª rodada da Série A
Foto: Raul Baretta / Ceará

Uma falha do goleiro e o gol aos 47 do segundo tempo de Léo Chú. O roteiro de glória do Ceará no Morumbi foi desfeito cinco minutos depois, com o empate do São Paulo nesta quarta-feira (10), pela 35ª rodada da Série A do Brasileiro. O placar de 1 a 1 não é positivo no sonho da Libertadores, apesar da campanha alvinegra histórica. Fica o cuidado da oscilação: o time resistiu a partida inteira e foi vazado com placar favorável.

O retrato é mais complexo. O Vovô está em 12º colocado com 46 pontos - três de distância do Corinthians, último integrante do G-8 e hoje classificado para a principal competição sul-americana. O objetivo se mantém, restam três partidas: Fluminense (14/2), Coritiba (20/2) e Botafogo (25/2).

Dito isso, vale ressaltar a resistência da equipe fora de casa. O resultado sempre será coletivo, mas essa partida específica atende pelo talento de Richard. Em sete minutos de partida, por exemplo, executou quatro grandes defesas. O arqueiro foi o melhor em campo, ao menos no primeiro tempo.

Ouça o CearáCast:

Próximos jogos do Ceará

  • 14.02 | Ceará x Fluminense | 18h, na Arena Castelão
  • 20.02 | Coritiba  x Ceará | 18h30, no Couto Pereira
  • 25.02 | Ceará x Botafogo | 21h30, na Arena Castelão

Pressão tricolor

Na etapa inicial, o Ceará apresentou muita dificuldade de atuar. Sim, o adversário tem qualidade técnica, mas o Vovô se mostrou em ritmo diferente, uma rotação presente também nos jogos anteriores, quando foi superado.

Por vezes, ficou encurralado na partida. O São Paulo encontrou espaço no jogo aéreo, na frente da defesa e até encontrou gol com o volante Tchê Tchê, depois anulado pelo árbitro de vídeo (VAR).

O ponto fora da curva foi Richard. E a grande fase, aos poucos, freou o ímpeto dos donos da casa. Para muitos, saber sofrer é dádiva no futebol. O torcedor se incomoda, mas o time de Guto Ferreira tem a força mental como ponto positivo e assim resistiu, mesmo sem nenhuma produção ofensiva para sequer incomodar.

Nova tática

Legenda: Vina atuou como atacante na reta final da partida através do esquema 4-3-3
Foto: Raul Baretta / Ceará

A postura melhorou apenas no segundo tempo e, principalmente, aos 9, quando Charles entrou na vaga de Rick - que ganhou oportunidade e teve atuação apagada. A substituição serviu para preencher mais o meio-campo e mostrou um esquema 4-3-3, com Saulo Mineiro e Lima abertos e Vina centralizado no ataque.

O controle existiu, o time se tornou mais competitivo e equilibrou as ações, apesar da baixo poderio ofensivo. É alternativa para o futuro, ainda mais quando necessitar se fechar em prol do resultado.

Emoção no fim

No marasmo do inusitado, um gol de Léo Chú. Fruto maior da irresponsabilidade de Volpi, que erra o domínio da bola. Mas também da insistência do atacante, que não desistiu do lance e pressionou.

O baque reside em sofrer o empate na sequência: o fornecer esperança, ter contato com a alegria e retirar tudo bruscamente. Foi assim quando um bate-rebate na área venceu a defesa alvinegra. É juntar tudo e alimentar um projeto já histórico, mas que pode ser inédito no Estado.