Com bloco na rua para o Carnaval, 'Mundo Bita' homenageia ídolo do Naútico

Sílvio Lasso Lassalvia, o Bita, foi 10 vezes campeão pernambucano por Náutico (onde é o maior da artilheiro da história do clube) e Santa Cruz. Entre os seus feitos, está o fato de nunca ter sido expulso e marcado quatro gols em uma mesma partida contra o Santos de Pelé

Quem é pai de crianças até, mais ou menos, os 10 anos, conhece bem versos como "O carnaval chegou, vamos correndo invadir a avenida" e "Eu quero jogar bola com você, vamos jogar bola comigo?". Estes e tantos outros são de canções de um personagem infantil chamado Bita - fenômeno que nasceu na internet e logo se tornou um campeão de vendas para o público infantil. Só para se ter ideia, o seu canal no You Tube já tem mais de 2,5 bilhões de visualizações e quase dois milhões de inscritos.

Pois bem, o "Mundo Bita" estará tocando no Carnaval de Fortaleza, no próximo sábado (22), às 16 horas. Mas o que pouca gente sabe é que o nome do personagem principal é uma homenagem ao maior artilheiro da história do Náutico. O seu criador, Leandro “Chaps” Melo, quis homenagear o heroi do seu time e também do seu pai.

O ídolo inspirador se chamava Sílvio Tasso Lasalvia e, como Bita, ele foi centroavante de Náutico, Santa Cruz e Nacional (URU). Conhecido como "Garoto de Ouro" e "Homem do Rifle", Bita foi campeão pernambucano com o Timbu em 1963, 1964, 1965, 1966, 1967 e 1968. Pelo Santinha, levou os estaduais de 1969, 1970, 1971 e 1972. Ou seja, Bita se saiu vencedor estadual por 10 anos. Em três deles, ele foi o artilheiro do Pernambucano: 1964 (24 gols), 1965 (22 gols) e 1966 (20 gols).

Um dos maiores feitos da carreira de Bita foi ter marcado quatro gols em um mesmo jogo contra o Santos de Pelé. O jogo, em pleno Pacaembu, pela Taça Brasil de 1966, terminou em 5 a 3 para o Timbu. Na volta, o Santos virou a desvantagem, vencendo o Náutico por 3 a 0. "O Cruzeiro de Tostão, o Palmeiras de Ademir da Guia e o Náutico de Bita" eram os times que Pelé dizia ter mais atenção, pela qualidade das equipes.

Bita, que era irmão do ponta-direita Nado (ídolo no Vasco da Gama e pré-convocado para a Copa do Mundo da Inglaterra, em 1966, pelo técnico Vicente Feola), parou de jogar cedo, com apenas 10 anos de carreira, após ser campeão pela Santa Cruz, em 1972. Tudo devido a seguidas lesões nos dois joelhos.

Ainda foi agraciado com o Troféu Belfort Duarte por nunca ter sido expulso em toda a sua carreira. Depois que se aposentou dos gramados, Bita trabalhou como vendedor de medicamentos e assessor de uma empresa no Recife. Morreu em 1992, vítima de câncer, aos 50 anos. Mas já tinha se tornado uma lenda do futebol brasileiro.