Retomada: grupo vai estudar o dia a dia da atividade econômica no Ceará

Objetivo, segundo revela a secretária da Fazenda, é mapear e ensaiar projeções sobre arrecadação do Estado

A dificuldade em projetar o tempo de recuperação da economia cearense devido à crise deflagrada pelo novo coronavírus motivou a Secretaria da Fazenda (Sefaz) a articular com o Instituto de Pesquisas Econômicas do Ceará (Ipece) um grupo para mapear o dia a dia da atividade econômica após a retomada no Estado.

"Nós não temos perspectiva de tratar todo mundo igual. Hoje, temos instrumentos específicos de acompanhamento para saber quem se deu mal com essa crise, quem ficou neutro - tem setores que ficaram meio a meio -, quais aumentara... Medicamento aumentou 30%, alimento aumentou 30%, energia elétrica aumentou 15.6%. Então, de que forma a gente investe em medidas de monitoramento focado nos setores e algumas outras medidas que possam dar um suspiro? Esse é o desenho que a gente vai fazer para apresentar ao governador", revelou a secretária Fernanda Pacobahyba (Fazenda), sobre a atuação que deve envolver um grupo de 30 auditores da Sefaz. 

Ciente de projeções que apontam um período de até dois anos para reaver o mesmo potencial econômico de antes da pandemia, a secretária afirma que a iniciativa - "que até onde eu sei só existe no Ceará" - deve encurtar esse prazo, sinalizando estratégias ao Governo do Estado para impulsionar a economia local.

"O que vai acontecer é o seguinte: vamos pegar esse primeiro mês, que o governador vai autorizar essa retomada, e nós vamos analisar diariamente as operações. Quando chegar no meio do mês, tem como ter uma projeção do final", explica a secretária, referindo-se, ao menos, a uma projeção da arrecadação a partir das cadeias produtivas em atividade.

Pacobahyba ainda ressalta que os cortes empreendidos pelo Estado desde março com revisão de contratos em 30% e redução em material de consumo e gastos básicos devem permanecer ativos na retomada, tornando a máquina pública enxuta. 

"A gente vai precisar fazer um trabalho muito técnico. Obviamente o Estado já teve o tamanho revisto e vai ter que manter-se dentro desses limites novos para que a gente não quebre regras. Isso aí é fundamental. E a gente só vai voltar a ter outros contratos quando a gente sentir que tem fluxo em caixa", assegura.

Mais dinheiro contra a Covid-19

Recém-fechada, a tomada de crédito de R$ 800 milhões com o Banco do Brasil não deve ser a única feita pelo Ceará, pois Estado avalia novos financiamentos para o enfrentamento da Covid-19. De acordo com a secretária, o valor estimado está entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão, mas ainda está em estudo.

Não é a hora certa para fazer Reforma Tributária

Provocada sobre a Reforma Tributária, Pacobahyba se mostrou contra a realização de uma mudança tão importante neste momento: "Acho superperigoso, no caos que a gente está vivendo e diante da imprevisibilidade de praticamente tudo, você mexer no sistema tributário. É muito grave para um ambiente de incerteza".