Mutirão vai atender crianças autistas

Ação conjunta reunirá especialistas do Programa Mais Infância, do Sopai Hospital Infantil Filantrópico e da Secretaria de Saúde do Estado

Legenda: Sopai tem 400 leitos destinados a enfermarias pediátricas, Unidade de Terapia Intensiva (UTI), internação para crianças com doenças raras/condição crônica complexa (CCC) e um posto especializado no tratamento e acolhimento de crianças e jovens com dependência química e transtorno mental.
Foto: Júlio César (Arquivos/Sopai)

O Programa Mais Infância deverá desenvolver o maior mutirão de atendimento às famílias de crianças autistas já realizado no estado. O mutirão de consultas e serviços de TEA (Transtorno do Espectro do Autismo) foi acordado entre a primeira-dama do Ceará, Onélia Santana, e a direção do Sopai Hospital Infantil Filantrópico com a participação da Secretaria de Saúde do Estado. Ainda não há data prevista para o início dos trabalhos, mas o hospital já está se organizando para a missão. E o que se sabe, até agora, é que o atendimento deverá acontecer ainda este semestre. 

Essa é uma parceria perfeita. Criado em agosto de 2015, o Programa Mais Infância tem contribuído com várias ações e iniciativas diretamente relacionadas aos direitos das crianças no Ceará. O projeto, criado pela própria primeira-dama, fez um mapeamento de ações que podem ser desenvolvidas, de forma multissetorial, com base em quatro pilares: Tempo de Nascer, Tempo de Crescer, Tempo de Aprender e Tempo de Brincar. Já o Sopai é o maior hospital de pediatria clínica do Brasil, segundo dados da CNES/SUS e  único hospital infantil filantrópico de Fortaleza. São quase 400 leitos destinados a enfermarias pediátricas, Unidade de Terapia Intensiva (UTI), internação para crianças com doenças raras/condição crônica complexa (CCC) e um posto especializado no tratamento e acolhimento de crianças e jovens com dependência química e transtorno mental.

Associação Fortaleza Azul

O mutirão chega num momento delicado para as famílias de crianças com Transtorno do Espectro do Autismo. Essa é a análise de Daniela Botelho, presidente da Associação Fortaleza Azul, que vem atuando junto ao poder público, nos últimos seis anos, para melhorar e garantir o atendimento aos autistas do estado do Ceará. Uma luta de dimensões gigantescas. Somente com um atendimento digno e de qualidade é possível possibilitar a essas pessoas “uma oportunidade de evoluir seus potenciais e serem inseridos dentro de uma sociedade mais justa e igualitária”, ressalta Daniela.

Segundo a Associação Fortaleza Azul, as demandas chegam de diversos municípios cearenses e de todas as regiões do estado. Muitas dessas demandas pedem a instalação de núcleos de atendimento onde o autista possa receber o diagnóstico, as terapias adequadas e a medicação, quando necessário, independente de idade limite. “Chega até nós uma grande quantidade de famílias desamparadas e frustradas por estarem em cidades desprovidas de atendimento médico básico que consiga ao menos diagnosticar seus filhos. Com isso, essas pessoas seguem sem um acompanhamento terapêutico ou medicamentoso, o que acaba agravando muitos casos.Para aquelas famílias em municípios distantes da capital, essa situação complica ainda mais e faz com que elas desistam de buscar qualquer tipo de atendimento para seus filhos”, reforça a presidente da Associação Fortaleza Azul.

Em Fortaleza, diz Daniela Botelho, as demandas não são diferentes. A situação melhorou em relação a décadas passadas, mas o atendimento ainda deixa a desejar e ainda há muitas famílias esperando por consulta e por terapias, algumas delas há mais de um ano, o que gera filas de espera. A Associação defende que o leque de conhecimentos sobre o autismo seja ampliado em todos os níveis. “É importante que se conheça melhor os números de incidência de autismo no estado, e uma maneira de se conseguir isso é viabilizando o atendimento e o consequente diagnóstico dessas pessoas na rede pública, garantindo informações cadastradas no Sistema Único de Saúde. Com isso, fica mais fácil se pensar e implementar políticas públicas para um atendimento adequado às necessidades desses cidadãos”, diz Daniela Botelho. 

O mutirão para o atendimento, através de consultas e serviços, às crianças autistas, com certeza, é uma iniciativa nobre e necessária adotada pelo Programa Mais Infância e o hospital Sopai e vem de encontro aos interesses das famílias. 

Serviços:

Conecte-se com o SOPAI:
www.sopai.com.br | @sopaihospitaloficial | APP Sopai
(085) 4005.0707 | Avenida Francisco Sá, 5036 – Carlito Pamplona

Associação Fortaleza Azul:
(085) 98186.455285) 
associacaofortalezaazul@gmail.com