Dinheiro para Educação Ambiental
Seminário nacional coloca em pauta financiamento, captação e gestão de recursos financeiros para a promoção da educação ambiental no Brasil
Integrantes da Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental (CIEA), criada em 2001 e composta por 22 instituições ligadas ao Meio Ambiente em todo o Brasil, estão participando de um evento transmitido pela internet intitulado Conexão FunBEA com o tema central “Financiamento de Educação Ambiental - Onde estão os Recursos?” Um tema de enorme relevância para aqueles que trabalham com políticas de educação ambiental no país. A pergunta que surge em meio aos debates é: como é possível criar uma agenda positiva sem dinheiro?
O seminário 10 anos do FunBEA, que trabalha em um contexto de “existência e resistência por uma Educação Ambiental enraizada e capilarizada em todo o território nacional” e reúne nas plataformas digitais especialistas de diferentes universos, foi aberto na última segunda-feira com a exibição e diálogo documentário sobre “Água + Lançamento Financiamento Coletivo” e prossegue até a próxima sexta-feira com a abordagem de temas tais como; “Florestas e mudanças climáticas: o caso da Amazônia e o desafio do financiamento de políticas públicas de EA”; “Filantropia, Justiça Social e Educação Ambiental”; “Universo do Financiamento, captação e gestão de recursos no terceiro setor” e “Arte, Cultura e Educação Ambiental”.
Todas essas temáticas têm uma abordagem sob o ponto de vista do financiamento, captação e gestão de recursos financeiros diante do cenário atual de um fundo público não estatal, portanto, não conta com recursos dos governos e diante de uma certeza: “O financiamento da educação ambiental no Brasil é algo que não é muito fácil”. A análise, direta e objetiva, é da professora Lindalva Cruz, assessora de educação ambiental da Secretaria de Educação do Ceará e, atualmente coordenadora da Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental aqui no estado. “Então esse encontro vai atingir, especificar, aprofundar diretamente às comissões de educação ambiental, a questão dos recursos financeiros para a educação ambiental pensando no papel e na missão das comissões”, completa a coordenadora da CIEA no Ceará.
Realmente, o seminário está trabalhando a ideia de parcerias. Uma rede que possa potencializar “a capacidade de divulgar, apoiar, formar, direcionar recursos financeiros, selecionar, monitorar e avaliar projetos em todo o Brasil” com o engajamento de educadores e educadoras ambientais por todo o país. Os organizadores explicam que a Conexão FunBEA está em fase de formação. O encontro nacional, promovido agora pelas redes sociais, é um momento de abrir as portas para que os participantes possam construir a conexão com ideias de uma forma bem abrangente, reunindo diferentes experiências em razão das próprias diferenças regionais.
“A nossa expectativa é conhecer o papel das outras CIEAs, como é que elas lidam com essa questão financeira. Nós temos um regimento interno que até aponta em seus artigos alguma coisa voltada para a educação ambiental, entretanto, a gente nunca teve, nesses 20 anos, uma atuação efetiva de conseguir dinheiro para alguma coisa”, diz a professora Lindalva Cruz. Ela revela que, em muitos casos, como pequenas viagens e visitas, os recursos são bancados pelas próprias entidades que compõem a Comissão ou pelos próprios técnicos que fazem o deslocamento aos municípios. Ainda segundo a professora Lindalva Cruz, a Comissão já contou com a colaboração da Secretaria de Educação do estado em dois eventos, mas não é um recurso permanente. “Não existe uma coisa específica para a CIEA, não trabalhamos com recurso”, salienta a professora que acredita que a ideia do seminário é muito mais promover um aprendizado, uma troca de experiências que podem ser utilizadas no futuro próximo para ações mais efetivas.
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