Ataques disfarçados de apps de reunião virtual e ensino cresceram 60% no último semestre

De acordo com o novo relatório da Kaspersky, a isca mais popular foi o Zoom, seguida por Moodle e Google Meets

Foto: New Africa/Shutterstock

O número de consumidores atacados por malware disfarçados de aplicativos/plataformas de reunião virtual ou de aprendizado cresceu 60% no segundo semestre de 2020. O levantamento global realizado pela Kaspersky constatou que, de julho a dezembro passados, 270.171 pessoas tiveram contato com arquivos maliciosos ao tentar baixar programas para aulas online em sites fraudulentos. Nos seis meses anteriores, haviam sido 168.550 tentativas de ataques – o que representou, à época, aumento de mais de 20.000% comparado ao mesmo período de 2019.

De acordo com o relatório da Kaspersky, a isca mais popular foi, de longe, o Zoom. Isso não surpreende já que o programa se tornou uma das plataformas mais conhecidas para reuniões virtuais, com mais de 300 milhões de participantes em reuniões diárias. O segundo lugar ficou com o Moodle, seguido do Google Meet. A plataforma de videoconferências do Google foi a que mais cresceu no período. 

Foto: Kaspersky/Divulgação

O relatório destaca que cerca de 98% das ameaças encontradas não eram vírus – estavam divididas entre riskware e adware. Este último bombardeia os usuários com anúncios indesejados, enquanto o riskware consiste na instalação de arquivos diversos – desde barras de navegadores e gerenciadores downloads, a ferramentas de administração remota capazes de invadir o computador da vítima. Os trojans representaram aproximadamente 1% das ameaças encontradas.

Anton Ivanov, especialista em segurança da Kaspersky, explica que, normalmente, os usuários encontram essas ameaças por meio de instaladores de aplicativos falsos. Estes podem ser encontrados em sites fraudulentos criados para se parecer com a plataforma original, ou em e-mails disfarçados com ofertas especiais ou notificações da plataforma.

“Infelizmente, até que todos os alunos estejam de volta à sala de aula em tempo integral, as instituições educacionais continuarão a ser alvos dos criminosos, especialmente porque, tradicionalmente, a cibersegurança não é prioridade nesse setor. No entanto, a pandemia deixou claro que isso precisa mudar, especialmente porque a tecnologia está sendo cada vez mais incorporada às salas de aula, sejam elas virtuais ou não”, comenta Ivanov.

Para se proteger de malware e outras ameaças disfarçadas de aplicativos de videoconferência ou plataformas de aprendizagem online, os especialistas da Kaspersky recomendam:

•         Não baixe nenhuma versão não oficial ou modificação desses aplicativos/plataformas. Procure informações sobre o desenvolvedor e escolha somente as lojas de aplicativos oficiais;

•         Use senhas fortes e diferentes para cada conta. Para não precisar se lembrar de todas elas, use uma solução que gera e protege senhas exclusivas;

•         Antes de baixar qualquer aplicativo, confirme se está mesmo no site oficial da empresa. Sites falsos podem ter uma aparência exatamente igual à dos reais. Por isso, verifique o formato da URL e a ortografia do nome da empresa antes de fazer qualquer download;

•         Use uma solução de segurança confiável que oferece proteção avançada em todos os seus dispositivos.