Hotel no Aeroporto de Fortaleza deve começar a operar em 2023

Diversas redes hoteleiras e fundos de investimento já manifestaram interesse em tocar empreendimento, segundo a Fraport. É o primeiro passo do projeto que visa para transformar o Aeroporto em uma "cidade"

O primeiro hotel localizado na área do Aeroporto Internacional de Fortaleza deve estar pronto para receber hóspedes até 2023. É a data que Sabine Trenk, Diretora Comercial e de Operações da Fraport Brasil, avalia ser factível para a conclusão das obras e início da operação do empreendimento que recebe, até hoje (25), interessados em tocar o negócio

Segundo Trenk, "um número muito bom” de redes hoteleiras e fundos de investimento já manifestou interesse em construir e operar o hotel. Eles terão até 15 de janeiro para apresentar uma proposta formal – e até lá, poderão visitar a área e elaborar estudos para então apresentar a oferta final à Fraport. Caso as negociações aconteçam de forma ágil, o vencedor deverá ser anunciado entre fevereiro e março do próximo ano. 

A ideia é que o hotel nem seja tão básico, nem tão luxuoso, oferecendo infraestrutura necessária para a realização de eventos, conferências e que tenha um serviço padrão. “Tem que ser um modelo que tenha todos os tipos de serviços esperados por esses tipos de clientes (viajantes e outros usuários do aeroporto) e uma sala de eventos, uma possibilidade de fazer conferências no mesmo hotel. Seja 4 estrelas, algo assim”, prevê Trenk. 

Com o pesado impacto da pandemia sobre o setor aéreo, a executiva revela que se chegou a discutir internamente em não dar continuidade ao plano agora, mas a avaliação que predominou é a de que o projeto permanece viável. “Temos muito claro que sim, é um projeto sólido, sumamente interessante e que tem um unique selling point: vai ser o único hotel com distância de caminhada para os passageiros do aeroporto (de Fortaleza)”. 

O projeto deve auxiliar o faturamento da concessionária do Aeroporto de Fortaleza, que assistiu às operações chegarem a quase zero no início da quarentena. Mas antes mesmo da pandemia, a Fraport já baseava o projeto do Pinto Martins no conceito Airport City - que não se restringe a serviços aeroportuários, incluindo uma ampla rede de comércio e serviços como hotel, shopping, supermercados, posto de combustível e até centros de cultura e entretenimento.

Outras oportunidades  

Seguindo essa estratégia, a Fraport Brasil pretende comercializar também outras áreas do sítio aeroportuário e já está recebendo propostas. Além de terrenos - inclusive que pertenciam à Força Aérea Brasileira (FAB) antes da concessão - ainda há prédios, como o antigo Terminal (TAG) e a própria base aérea, que necessitam apenas de reformas para receber novas operações comerciais.

Um documento elaborado pela empresa ressalta que as áreas mais próximas à BR-116 seriam ideais para grandes lojas como supermercados, material de construção e até hospitais. Nesta área, que abrigava também parte da estrutura da FAB, há prédios e lotes interligados diretamente ao sistema de pista (lado ar) do Aeroporto que seriam convenientes para o uso de centros logísticos, cargas, hangares e manutenção de aeronaves.

Já os terrenos com frente para a Avenida Senador Carlos Jereissati, que já têm grande fluxo que se destina ao aeroporto e às regiões vizinhas, são apontadas pela empresa como ideais para atividades como postos de combustível, pet shops e concessionárias de veículos, entre outros.

E o antigo aeroporto, no Montese, tem "total perfil para se transformar em um centro de serviços e entretenimento" para atender a demanda da região, segundo a concessionária. A estrutura já inclui até o estacionamento e fica nas proximidades de um posto de atendimento da Cagece e de uma delegacia.

São os primeiros passos para transformar o Pinto Martins em um Aeroporto-Cidade, o que vai dinamizar a economia da região e também tornar o equipamento menos dependente do fluxo de passageiros.