Cada vida importa

Setembro amarelo é assunto para o meio corporativo sim. A dimensão humana não está circunscrita de forma isolada em caixinhas separadas: trabalho e vida pessoal. Nossa humanidade e, portanto, nossas dores e amores são nossa realidade enquanto indivíduos. Ela é manifestada, mesmo que às vezes “disfarçada”, nos nossos vários ambientes. No trabalho, inclusive. É preciso falar sobre suicídio sim, mesmo se tratando de um assunto tão delicado, é preciso acolher, enxergar e principalmente prevenir.

Em maio deste ano, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) divulgou pesquisa sobre a realidade dos atendimentos psiquiátricos no Brasil durante a pandemia. Um dos dados aponta que 47,9% dos médicos associados entrevistados relataram aumento nos atendimentos. Ansiedade, transtorno do pânico e quadros depressivos foram citados em destaque. O presidente da associação, Dr. Antônio Geraldo, fala da quarta onda pós pandemia, que é a onda das doenças mentais e que precisamos atuar para minimizar os prejuízos.

Diante dessa realidade, como promover a saúde mental nas empresas? É preciso ir além de campanhas e debates. Já não é possível (nunca foi, na verdade) deixar os problemas do lado de fora e fingir que está tudo bem quando se está no ambiente de trabalho, onde as pessoas passam um tempo significativo de suas vidas.
É fundamental que possamos favorecer a construção de culturas organizacionais que promovam espaços de trabalho que tragam significado para a vida dos indivíduos, bem como ações e políticas que viabilizem a diversidade e a inclusão.

É preciso dizer “você não está sozinho” também nas empresas.

 

Ana Paula Falcão 
Diretora de RH