Doce memória: Ceará sonha em repetir 97

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Alvinegro venceu o returno invicto e depois na decisão contra o rival Fortaleza, que ganhara o 1º, sagrou-se campeão

Tradicionalmente, o torcedor do Botafogo é supersticioso. Mas bem que a torcida do Ceará, também alvinegra, poderia se apegar a coincidências.

Isso porque, algumas felizes coincidências ligam 1997 e este ano quando se trata de Campeonato Cearense.

Em 97, após perder o primeiro turno para o Fortaleza, o Vovô se recuperou no segundo turno e foi campeão invicto, garantindo vaga na decisão contra o Tricolor. Naquele ano, o Ceará superou o Fortaleza nos dois jogos finais, sagrando-se campeão cearense, com uma épica vitória na prorrogação.

Após um empate em 2 a 2 no tempo normal, o Ceará chegou ao título aos 13 minutos do segundo tempo da prorrogação, em uma cabeçada certeira do volante Mário César.

O time de 97, que comemorou o bi-campeonato, tinha jogadores que marcaram época no Vovô, como o lateral Jaime, o zagueiro Aírton, o meia Dema e o atacante Stênio.

Arrancada

Após decepcionar no primeiro turno, o Ceará foi campeão do segundo, com 21 jogos de invencibilidade, arrancando para a conquista do torneio contra o Fortaleza.

Mas as coincidências não param por aí. A exemplo do time deste ano, que goleou alguns adversários na campanha invicta do returno, o time de 97 também se notabilizou por marcar muitos gols.

O tradicional América foi goleado duas vezes (7 a 0 e 6 a 1), o Itapipoca, Iguatu e Guarani de Juazeiro foram derrotados pelo mesmo placar, 6 a 0, e até o Icasa sucumbiu ao bom futebol do Vovô: 5 a 1. Ao todo foram 12 vitórias por mais de três gols de diferença do Estadual de 97.

Portanto, o torcedor alvinegro pode se apegar as coincidências e sonhar que o desfecho se repita este ano, comemorando o título contra o Fortaleza.

Saiba mais

Público

A final do campeonato de 1997 foi realizada no dia 10 de agosto, no Castelão. Um publico de 36.646 viu a final emocionante entre Ceará e Fortaleza. O árbitro da finalíssima foi Dacildo Mourão, hoje comentarista de arbitragem da TV Diário

Intermináveis

Aquela final foi há 13 anos, mas alguns jogadores ainda estão em atividade. O atacante Stênio e o meia Dema, que foram campeões pelo Ceará em 1997, disputaram o estadual deste ano por Horizonte e Itapipoca, respectivamente. O meia Bechara, que marcou um dos gols alvinegros na final, hoje defende o Fortaleza

Tetra

Com o título de 97, o Ceará, que havia conquistado o Estadual de 1996, chegou ao bi campeonato. O Vovô ganharia também em 1998 e 1999, sagrando-se tetra campeão do Estado, marca que o Fortaleza busca igualar este ano

2010
Alvinegros e tricolores duelam em pé de igualdade

Nem Fortaleza e tão pouco o Ceará, campeões do primeiro e segundo turno, respectivamente, terão direito de alguma vantagem na decisão.

Serão dois jogos, no sistema de ida e volta. Para um dos times sagrar-se campeão, basta somar quatro pontos nas duas partidas. Diferença de placar também é desconsiderada pelo regulamento da competição.

Se um golear o outro no primeiro confronto, não levará a vantagem para a volta. Se os dois duelos terminarem em igualdade, o título será decidido nas disputas de penalidades, sem a famosa prorrogação.

COMANDANTE
Marcelo Vilar: conquista foi essencial para minha carreira


Em 1997, o técnico do Ceará era Marcelo Vilar, atualmente no Treze/PB. Para ele, o título foi importante para solidificar a carreira de técnico. "Era meu terceiro ano como treinador e este título foi essencial para que eu seguisse a carreira como técnico de futebol", esclareceu.

Para Vilar, uma decisão entre Ceará e Fortaleza, que se repete este ano, marca qualquer profissional. "O título foi inesquecível, ainda em um grande clássico. Já disputei Palmeiras e São Paulo, e garanto que o Clássico-Rei trás emoção e rivalidade muito semelhantes. É um dos clássicos mais intensos do país".

Invencibilidade

A exemplo da campanha deste ano, quando o Ceará ganhou o returno, ostentando uma invencibilidade de 13 jogos, o time treinado por Vilar, naquele ano, atingiu uma marca ainda maior: 21 jogos invicto. "Não foi fácil manter essa marca. Mas aquele time era muito bom, mesclando a experiência e juventude", exaltou Vilar.


Vladimir Marques
Repórter