Produtores denunciam que Alok lançou hits feitos por outros DJs sem pagar; ele nega

Denúncia foi feita pela dupla de produtores Sevenn à revista americana Billboard

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Foto: Reprodução

O site da revista Billboard, a maior e mais respeitada publicação de música do mundo, informou, em matéria publicada nesta sexta-feira (21), que a dupla de irmãos conhecida como Sevenn - Sean e Kevvin Brauer - acusa o DJ Alok de plágio.

Segundo os dois, houve “relacionamento comercialmente abusivo e unilateral” com o DJ.

Os irmãos, criados no Rio de Janeiro, disseram à revista que trabalharam como “produtores fantasmas” em, pelo menos, 14 faixas do DJ e não receberam crédito, royalties de publicação ou remuneração.

A dupla ainda disse que foram eles, e não Alok, os criadores do estilo deep-house Brazilian Bass, subgênero de house music.

O que Alok diz

Ainda de acordo com a Billboard, ao ser questionada sobre o assunto, a equipe de Alok enviou um e-mail se recusando a responder às perguntas específicas. No entanto, alega que, “ao criar uma falsa narrativa”, Kevin e Sean estavam “tentando se apresentar como vítimas e litigar suas disputas com Alok na imprensa, bem como no tribunal da opinião pública. O Alok não tem intenção de morder a isca”.

A equipe ainda afirma que Alok tem “um processo em andamento contra o Sevenn no Brasil decorrente do fracasso do Sevenn em creditar e pagar o Alok por uma série de lançamentos do Sevenn”. A ação data de 12 de janeiro em um tribunal civil de São Paulo e tem como alvo cinco músicas, incluindo “Boom”, com Tiësto.

Se a participação dos irmãos Brauer for comprovada, e a acusação contra Alok, verdadeira, a Billboard estima que ele pode ficar devendo cerca de US$ 263 mil – US$ 223 mil em royalties de publicação e outros US$ 40 mil em taxas aos produtores – da execução em 12 faixas só no Spotify. Essa estimativa pode chegar a mais de US$ 1,3 milhão se os royalties de execução em outros serviços e em rádio forem considerados, o que representa mais de R$ 7 milhões.

Ainda de acordo com a Billboard, a estimativa é que as 12 faixas analisadas foram executadas 1.024 bilhões de vezes e geraram um total de quase US$ 4,13 milhões, em pagamentos para a gravadora (US$ 3,38 milhões) e royalties de publicação (US$ 748 mil) do Spotify.

Alok tem mais de 19 milhões de ouvintes mensais no Spotify.

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Parceria 

No início da associação com Alok, em 2015, os irmãos Brauer se disseram gratos pelas oportunidades que o DJ lhes deu, e até recusaram uma indenização em pelo menos uma instância. “O Alok inicialmente ajudou, e nós ficamos felizes em retribuir o favor, até que começamos a perceber que ele estava lucrando enormemente com o nosso trabalho sem oferecer nada substancial em troca”, dizem os irmãos, em declaração conjunta.

O uso de produtores fantasmas não é incomum no mundo da dance music, onde os superstars DJs estão muitas vezes muito ocupados em fazer novas músicas. Mas esses produtores são quase sempre pagos por seus trabalhos.

Sean conheceu Alok no fim de 2015, em Lisboa. Filho de dois DJs psicodélicos que fundaram a rave Universo Paralello, Alok já era um DJ muito conhecido. Sean experimentou os sons do baixo e criou duas predefinições que se tornaram a assinatura do que o Alok mais tarde chamou de Brazilian Bass.