Em meio ao entusiasmo da discussão entre o professor Gafanha e o imortal Bududa sobre Lampião, eis chegado o pós-doutor luso-brasileiro Dante Abrantes D'Almeida e Souza, cumprimentando a todos e conhecendo do assunto.Em seguida, levou os contendores a Portugal no ano de 1818. Data do nascimento, em Castelões de Recinhos, freguesia de Penafiel, de José Teixeira da Silva, alcunhado Zé do Telhado. No dizer de Dante, "Muito assemelhado ao cangaceiro Lampião, em décadas anteriores".
Prosseguiu relatando que, antes de tornar-se bandido e chefe de quadrilha atormentadora do norte português, era militar, integrante dos Lanceiros da Rainha, sagrou-se herói nacional e, depois, expulso da tropa. Fingiu-se uma espécie de Robin Hood. Roubava muito dos ricos e distribuía um pouco aos pobres, dizendo-se injustiçado. Suas atrocidades multiplicavam-se.
Ações policiais levaram-no à prisão em 1859, na cidade do Porto, quando tentava fugir rumo ao Brasil. No presídio, conviveu com Camilo Castelo Branco, autor de Memórias do Cárcere e condenado por rapto de mulher casada. Zé do Telhado é citado na imorredoura obra. Julgado em 1863, foi degredado, cumprindo pena em Malanje, Angola, onde faleceu em 1875.
"Assim, como Lampião é defendido por você, Bududa, e atacado por você, Gafanha, o mesmo, até hoje, acontece às pessoas na pátria-mãe!". Durante as falas, lembrei-me e informei aos três que O Rouxinol do Rinaré, pseudônimo do cordelista Antônio Carlos da Silva, em o Grande Duelo de Lampião com Zé do Telhado, trouxe do outro mundo os dois facínoras para uma luta descrita em versos.
Geraldo Duarte
Advogado e administrador