Editoria: O futuro da praia

Parte importante dos muitos cenários de Fortaleza está em discussão. É a Praia do Futuro. Concentram-se lá relevantes atividades turísticas, de lazer, de gastronomia e de cultura. Pode-se dizer, sem erro, que a cidade pulsa com vitalidade naquela região, na qual a economia criativa se mostra efetiva e pujante para a cidade e para o Estado. 
O Fórum Permanente para a Requalificação da Praia do Futuro, que abriga instituições públicas e privadas, está analisando proposta de termo de referência para a promoção de concurso nacional de ideias que tratem da realocação de barracas de praia e de melhorias ambientais e urbanísticas para aquele trecho litorâneo de Fortaleza, deliberando posturas a serem adotadas coletivamente. Pode-se resumir assim: representações do cidadão vão decidir sobre como se posicionar numa questão de amplos espectros social, econômico e cultural.

Avalia-se que os empreendimentos dali gerem cerca de 5 mil empregos, sem que se considerem ocupações informais. Não se fez ainda estimativa sobre quantitativos de impostos recolhidos especificamente a partir das atividades do local. Destaque-se o reconhecimento público positivo, nacional e internacional, do qual a Praia do Futuro goza.
Não se tentam escamotear demandas em serviços como os de segurança pública ou de saneamento. Ou, ainda, no campo ambiental e de ocupação fundiária. Essas existem e precisam ser resolvidas. O que se pode dar agora é um passo essencial para que se trilhem novos e necessários caminhos. 

Coloca-se em apreciação uma série de mudanças urbanas, em certame projetado pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil, secção do Ceará, e pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, que contemplariam um percurso de cerca de oito quilômetros, entre a Rua Ismael Pordeus e a foz do Rio Cocó – demarcada pela Ponte de Sabiaguaba.
Havendo aprovação, o encaminhamento será submetido à avaliação de órgãos públicos e, depois, à da Justiça – foi o Tribunal Regional Federal da 5ª Região, afinal, a instância que determinou, há dois anos, a remoção das 43 barracas que não têm autorização legal para ocupar faixa de praia e, ainda, o redimensionamento das que construíram além das dimensões permitidas pelo Patrimônio da União. Os propósitos são os de dar termo à instabilidade e de oferecer alguma tranquilidade para quem empreende ou trabalha na área.

Há 25 entidades no Fórum, entre as quais o Ministério Público Estadual e o Federal, universidades, organizações do terceiro setor, Ordem dos Advogados, Advocacia Geral da União e outras instituições da advocacia pública, Assembleia Legislativa e Câmara Municipal, Federação das Indústrias, Governo do Estado e Prefeitura de Fortaleza, conselhos de Arquitetura e Urbanismo e de Engenharia e Agronomia, Fórum de Turismo, Associação dos Empresários da Praia do Futuro e órgãos ambientais. 
Como se nota, esse quadro revela uma pluralidade que compreende tanto aspectos técnicos quanto políticos e econômicos, acentuando as virtudes do diálogo entre instituições. E a diversidade que se expõe não abre, portanto, espaços para partidarismos ou visões limitadas. O que se deve entender como prioritário, então, é o interesse de Fortaleza.