Os direitos humanos e as religiões

Em 10 de dezembro de 1948, 71 anos atrás, foi promulgada a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) durante a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Paris, na França. O preâmbulo aos 30 artigos que constituem o documento declara: "Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo". Desde então, a Declaração Universal dos Direitos Humanos tem sido um marco na história recente, como pacto em favor de uma sociedade mais equânime e no combate à não-repetição das barbáries que ocorreram ao longo dos séculos.

No contexto do surgimento dos chamados Direitos Humanos, antes e depois, destaca-se a contribuição histórica de vários personagens religiosos na consolidação e promoção destes. Para citar somente alguns: o líder hindu Mahatma Gandhi (1869- 1948) na libertação da opressão colonial na Índia; a católica Madre Teresa de Calcutá (1910 - 1997), no serviço e cuidado aos mais pobres e marginalizados; o arcebispo anglicano Desmond Tutu na luta contra o Apartheid na África do Sul; o pastor batista Martin Luther King Jr. (1929 - 1968), no enfrentamento da segregação racial nos Estados Unidos; a paquistanesa muçulmana Malala Yousafzai, na defesa dos direitos das mulheres à educação.

Estes (e outros) casos apontam para o potencial que a fé e a conduta religiosa podem ter na promoção dos Direitos Humanos no mundo. Ante o risco - sempre latente - da sociedade voltar-se a um colapso civilizacional mediante processos de desumanização da vida, as religiões precisam reiterar seu legado histórico de baluartes dos direitos fundamentais dos seres humanos, colocando-se como agências defensoras da justiça e retidão, respondendo ao imperativo do sagrado direito da humanidade à liberdade, bem-estar, dignidade e paz.


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