QUE NEM TU: Gabi Nunes conta como é fazer samba em Fortaleza

A sambista que tem mais de 10 anos de carreira é a primeira entrevistada da temporada Que Nem Tu especial Viva o Verão

Escrito por Redação ,
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Gabriela Nunes nasceu em uma família que festeja com música. Desde pequena aprendeu que cantar é uma forma de comunicar. Pai, avô, tios, todos ao redor da menina, pareciam saber que ela seria da música. Dito e feito! Há quase 13 anos, Gabi Nunes vence a timidez para cantar o samba que lhe emociona. E ela entoa suas canções como quem professa sua fé. 

"Eu escuto muito samba. Quando tenho uma música que me pega de alguma forma, é uma coisa muito intuitiva. Eu sei que funciona na roda de samba. Eu sempre digo que não consigo cantar o que eu não gosto. Se não mexe comigo eu sinto que não vai mexer com a galera. É um processo que precisa partir de mim para que eu consiga transmitir o que eu acredito, comunicar o que eu acredito", revela Gabi em entrevista à Karine Zaranza e Lorena Cardoso.

A sambista é a primeira entrevistada da temporada Que Nem Tu especial Viva o Verão. O episódio foi ao ar nesta quinta (23). Além dela, outros artistas que são a cara de Fortaleza serão entrevistados. 

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A presença e verdade que a cearense imprime em seu cantar não passam despercebidas. Tanto é que até já fez a grande Maria Bethânia apreciar seu canto.

"Uma coisa que aconteceu uma vez, acho que 2012, eu conheci o Pantico Rocha. Ele gravou um disco na época que ele tava tocando com a Bethânia. E aí me chamou para participar do disco pra cantar a faixa que dá nome ao disco, que é "Nem Sandra, Nem samba, Nem Mar". Aí eu gravei com ele. Ele me mandou uma mensagem no Facebook dizendo assim: 'quer ouvir uma coisa massa? Eu entreguei meu disco para a Bethânia e ela falou assim 'eu adorei a voz da moça da faixa tal'. Aí eu: meu Deus, a Bethânia ouviu minha voz e ainda elogiou!", recorda a cearense emocionada.

Gabi Nunes, Karine Zaranza e Lorena Cardoso
Legenda: Gabi Nunes, Karine Zaranza e Lorena Cardoso conversaram sobre a cena do samba em Fortaleza e o espaço da mulher na roda
Foto: Kid Junior

Quem conquista a grande cantora brasileira também encanta legiões de admiradores de seu cantar nos quatro cantos de Fortaleza. Por onde Gabi decide montar sua roda de samba é certeza de um aglomerado de cantantes e dançantes por perto. Mesmo há mais de uma década no ofício de sambista, ela confessa que não se acostuma.

É com a fala mansa e o sorriso sempre no rosto que ela vai conquistando seu espaço. E, como quem sabe que companhia é presente, trata de ter ao lado mulheres instrumentistas sempre que pode em suas rodas. Gabi reconhece que vence o machismo sempre que ocupa o protagonismo no samba. Contudo, reforça que há ainda muito a avançar quando se fala de mulheres atuando como instrumentistas. 

Gabi planeja novidades para sua carreira. Quer gravar um disco com composições de cearenses. Sabe que o álbum vai exigir um show novo! E, quem sabe, ela também consiga atuar atrás dos palcos como produtora de festas que misture samba e mulheres atuando em todos os setores- da produção ao palco. 

Gabi também discutiu o preconceito que ainda se tem com o pagode e com a popularidade do samba. "Tem um certo nicho de umas pessoas do samba que tem preconceito com esses compositores como Arlindo Cruz e Jorge Aragão é um pulo pro pagode. Tem gente que acha que essas coisas românticas não são elitizadas para essa galera. Eu acho uma besteira porque é tudo samba. E o samba você não vai escolher o que vai tocar em você ou não", defende.

 

 

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