Dispositivo essencial

Entenda a importância do airbag para segurança do motorista e dos passageiros.

Quando uma montadora faz um recall que envolve um equipamento tão essencial para a segurança dos ocupantes do carro, como o airbag, o proprietário do veículo deve dar a devida atenção. Nesta semana, a Nissan anunciou um recall envolvendo 5.023 unidades divididas entre Frontier, Pathfinder e Sentra, para troca do gerador de gases do airbag. O equipamento não somente é obrigatório como evita mortes e o risco de lesões graves. Entenda a importância do airbag para segurança do motorista e dos passageiros.

Proteção reforçada

A tradução varia entre “bolsa inflável” e “bolsa ou almofada de ar”. Mas quando se fala em segurança todos os nomes se referem ao mesmo objeto: airbag, equipamento presente em veículos automotores que, junto ao cinto de segurança, complementa a proteção do motorista e do acompanhante. O dispositivo também pode ser encontrado em helicópteros, motocicletas, máquinas industriais e robôs de pesquisa.

De acordo com estudos da National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA), agência norte-americana que cuida da segurança no trânsito, o airbag reduz a possibilidade de o motorista morrer em um acidente em 14% – esse número é de 11% entre passageiros. O risco de lesões moderadas nos membros superiores cai em 45%; se levadas em conta todas as lesões, há 59% a menos de risco.

A fabricante alemã Mercedes foi a primeira marca a implantar um airbag em um automóvel, o que ocorreu em 1980, no Classe S. Ao longo dos anos, o equipamento foi sendo aprimorado e, desde 2014, é obrigatório que todos os carros brasileiros novos saiam de fábrica com airbag duplo frontal (um para o motorista e outro para o ocupante do banco do passageiro), além de sistema de freios ABS, o que reforça a segurança dos ocupantes do veículo, de maneira geral.

Como funciona

É mais rápido que um piscar de olhos. Em cerca de 60 milésimos de segundo, uma central detecta o impacto e um sinal é enviado ao deflagrador, iniciando a reação química que infla a bolsa. A velocidade de acionamento é variável de acordo com a espécie de desaceleração e do abalroamento. É por isso que as bolsas de ar não inflam aleatoriamente quando ocorre uma frenagem brusca ou durante a condução por estradas de pisos irregulares. Entretanto, se a desaceleração for muito grande, equivalente a uma batida contra um muro de tijolos a uma velocidade acima de 16 km/h, o sensor envia um sinal para inflar a bolsa.

No caso da Nissan, a falha dos dispositivos causava, em caso de colisão frontal, o rompimento das bolsas por uma pressão excessiva do deflagrador, expelindo fragmentos metálicos contra os ocupantes. Além da lesão física e material, havia o riso de morte. As picapes convocadas foram fabricadas entre agosto de 2007 e março de 2008. Os Sentra, entre janeiro de 2004 e julho de 2006. Já as Pathfinder são ainda mais antigas: saíram da linha de montagem entre outubro de 2001 e outubro de 2004.

Cuidados

Contar com um equipamento de segurança em perfeitas condições de uso não é suficiente para sua eficácia se os usuários do veículo não tomarem certos cuidados. Um dos maiores perigos para o passageiro é deixar o pé em cima do painel durante o percurso. Isso porque se a bolsa for acionada em um acidente, a perna dele pode dobrar para trás e ser lançada contra seu rosto. Outro alerta é quanto a objetos sobre o painel, como suportes para celular. Eles podem ser arremessados com violência em direção ao passageiro. Por isso, nada deve ser colocado sobre a peça com a inscrição “airbag”, que indica a área a ser rompida em caso de choque. Tudo que ficar entre o ocupante
e o airbag, como um animal no colo, pode representar um risco de danos maiores. Se ocorrer um acidente, tanto o pet como o dono podem sofrer lesões.

Outra recomendação é que tanto motorista como passageiros estejam com cinto de segurança, pois ele os deixa na posição correta, em caso de acionamento da bolsa de ar. Sem o cinto, o corpo desliza do banco e o airbag pode ser aberto diretamente no rosto da pessoa. A distância mínima do volante é de 25 centímetros, para evitar receber uma pancada do airbag. No caso do passageiro, a distância deve ser maior, de 40 centímetros. Se o motorista tiver baixa estatura e dificuldade para manter a distância recomendada, o ideal é usar prolongadores de pedal para aumentar o espaço. E, finalmente, o condutor deve posicionar as mãos opostas horizontalmente no volante (15 para as três, no relógio) para evitar que os braços recebam um golpe quando o airbag inflar.