Legislativo Judiciário Executivo

Bolsonaro era o 'principal destinatário' das vantagens ilícitas obtidas pela 'Abin Paralela', diz PF

O esquema criminoso teria usado a Abin espionar ilegalmente opositores e autoridades públicas durante o governo de Jair Bolsonaro

Escrito por
Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 20:27)
Jair Bolsonaro dando depoimento no STF. Imagem usada para matéria informando que ex-presidente era o principal destinatário das vantagens ilícitas da Abin Paralela, diz PF
Legenda: Segundo relatório, Bolsonaro teria conhecimento das ações criminosas
Foto: Ton Molina/STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) era o "principal destinatário" das ações da chamada "Abin Paralela", que seria uma organização criminosa que usava politicamente a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Conforme a investigação, que teve o sigilo retirado nesta quarta-feira (18), o ex-mandatário era o "centro decisório" do gabinete. 

"Era o centro decisório e o principal destinatário das 'vantagens' ilícitas", diz a investigação, segundo a Folha de S. Paulo. A "Abin Paralela" tinha como alvos das ações clandestinas opositores, instituições e o sistema eleitoral. 

A organização contaria ainda com a presença de um dos filhos de Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), que foi indiciado no inquérito da Abin Paralela. 

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Espionagem ilegal da 'Abin Paralela'

Segundo a Polícia Federal (PF), Carlos Bolsonaro (Republicanos), fazia parte do esquema criminoso que usava a Abin espionar ilegalmente opositores e autoridades públicas durante o governo de Jair Bolsonaro.

Na época, um dos alvos dos suspeitos teria sido o então governador do CearáCamilo Santana (PT), atual ministro da Educação. 

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), o diretor da instituição de inteligência, Luiz Fernando Corrêa, e outras 31 pessoas também foram indiciados na ocasião. A informação foi revelada nesta terça-feira pela jornalista Daniela Lima, colunista do portal g1.

O que diz o inquérito sobre os suspeitos? 

Para os investigadores da Polícia Federal:

  • Ramagem, então diretor da Abin do governo Bolsonaro, teria montado o esquema para espionagem ilegal de pessoas consideradas adversárias do antigo presidente;
  • Carlos seria o chefe do "gabinete do ódio", grupo responsável por usar as informações obtidas pela "Abin paralela" para atacar publicamente os alvos;
  • Bolsonaro teria conhecimento do esquema e se beneficiaria dele;
  • A atual direção foi implicada por obstrução de Justiça.   
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