Vale a pena ver de novo a Copa de 1994

Leia a coluna do Tom Barros

Legenda: Campanha brasileira foi marcada por nomes como Branco, Romário e Dunga
Foto: Foto: AFP

Nestes tempos escassos de boa qualidade nos campos de futebol do Brasil, resolvi rever no Youtube a Copa do Mundo 1994, realizada nos Estados Unidos. Prestei atenção a detalhes que na época me fugiram. Eu cobri o evento ao lado dos companheiros Sérgio Pinheiro, Carlos Fred, Cezar Rizzo (da Rádio Tamoio) e Djalma Chaves. Lamentavelmente, Serginho, Fred e Cezar não estão mais entre nós. Bateu saudade. Quanto à Seleção Brasileira, então comandada por Parreira e Zagallo, foi injustiçada pela maioria da crônica esportiva. Revejam.

Aquele time jogou muita bola. Dunga, um gigante. Não foi apenas o homem de combate. Subiu ao ataque, fez lançamentos espetaculares e exerceu uma liderança que não temos nos dias de hoje. A dupla de ataque, Bebeto e Romário, encantou com jogadas perfeitas e precisas conclusões. Mas acho melhor o próprio leitor fazer uma revisão. Você vai ver a injustiça cometida contra um time que soube, com extrema competência, ganhar o tetra. No jogo final, não obstante decidido nos pênaltis com vitória do Brasil sobre a Itália, a produção da Canarinho foi muito superior. Merecia ter vencido a Copa no tempo normal. Vale a pena ver de novo.  

O tempo 

Nem sei a razão por que mergulhei no mundo da saudade. De repente, vi como tudo passa tão depressa. Às vezes, nem acredito que os queridos companheiros Sérgio Pinheiro, Carlos Fred e Cezar Rizzo já estão no plano superior. Vivemos nos Estados Unidos momentos emocionantes de uma grande conquista. Sei que o Djalma Chaves mora em São Paulo. Perdi o contato dele. 

Imagem 

Uma imagem marcante foi aquela da TV Globo, com o Galvão Bueno gritando “É tetra, é tetra, é tetra”. Ao lado dele estava Pelé. Hoje, Galvão não está mais na TV Globo. Pelé morreu no dia 29 de dezembro de 2022. Já vai completar um ano da partida do “Rei”. A vida é rápida demais. Temos de aproveitar mesmo os momentos especiais. A Copa dos Estados Unidos foi inesquecível. 

Fora de série 

Romário estava iluminado. Foi a Copa da vida dele, como a Copa de 1962 foi de Garrincha e a Copa de 1970 foi de Pelé. Romário extraordinário. Antes da Copa de 1994, nas eliminatórias, no jogo que decidiu a vaga diante do Uruguai no Maracanã, Romário foi genial. Fez os dois gols da vitória brasileira (2 x 0). Uma das mais belas exibições do Baixinho, acompanhado de perto por Bebeto.  

Hoje 

Fico a pensar no atual momento do futebol brasileiro. Além da escassez de qualidade, falta em campo um líder como Dunga. Aliás, não sei de onde veio a má vontade da imprensa contra Dunga. Se você fizer a revisão que estou sugerindo, certamente concordará comigo: Dunga jogou muita bola na Copa dos Estados Unidos. Quando a imprensa brasileira marca um, é de lascar. 

Conclusão 

Vez por outra, é bom revisar os acontecimentos. Não raro, vislumbramos valores que na época fugiram da nossa percepção. A Seleção Brasileira de 1994 teve muito mérito. Faça uma comparação com o que se tem hoje. Foi um título conquistado com sabedoria e inteligência, sob o comando de Carlos Alberto Parreira, na época também outro muito criticado.

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