Três vitórias seguidas no clássico-rei

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Foto: Thiago Gadelha/SVM

Não sei quando, pela última vez, houve uma sequência de três vitórias seguidas do Ceará ou do Fortaleza nos chamados Clássicos-Rei. Mote para os pesquisadores. Certamente Eugênio Fonseca vai cascavilhar nos anais da história.

O Ceará está vindo de duas vitórias consecutivas. A primeira foi no dia 7 de fevereiro deste ano, no PV, jogo válido pelo Campeonato Cearense. O Vozão ganhou (2 x 1), gols de Guilherme Castilho e Erick. Thiago Galhardo fez o gol do Leão. A segunda foi no dia 5 de março, jogo válido pela Copa do Nordeste. O Ceará ganhou novamente (2 x 0), gols de Guilherme Castilho e Erick para os Vozão (os mesmos autores da vitória alvinegra anterior).

Hoje, haverá o terceiro jogo entre ambos neste ano. Mas, no confronto de hoje, há uma diferença: o caráter eliminatório. Se nos noventa minutos e acréscimos ninguém vencer, a definição acontecerá numa série de cobranças de pênalti. Em situação assim, não há favorito. O Fortaleza tem um elenco maior e com melhores opções. O Ceará ainda se reestrutura, após ter caído para a Série B. Mesmo assim, o alvinegro já conquistou duas vitórias seguidas. Conseguirá a terceira consecutiva? Só Deus sabe o que poderá acontecer. 

HISTÓRIA

A sequência de três vitórias consecutivas mais badalada do futebol cearense aconteceu em 1974. O Fortaleza precisava vencer três vezes seguidas para ganhar o título de campeão. O Ceará, pela própria vantagem, era tido e havido como o campeão do ano. Pois o inacreditável aconteceu: o Fortaleza ganhou os três jogos, deu a volta olímpica e foi para o pódio. 

FICHA

O Fortaleza sagrou-se bicampeão cearense (1973/1974) no Castelão, no dia 26 de março de 1975 (referente a 1974). Fortaleza 3 x 1 Ceará. Gols de Haroldo e Amilton Melo (2) para o Fortaleza. Clóvis fez o gol do Ceará. Leão campeão com Lulinha, Louro, Pedro Basílio, Ozires e Ronner; Chinesinho (Íris), Lucinho, Zé Carlos e Amilton Melo; Haroldo e Geraldino. Técnico - Moésio Gomes.  

DADOS

Do timaço do Fortaleza, que atuou na final contra o Ceará no título de bicampeão (1973/1974), morreram Lulinha, Louro, Pedro Basílio, Chinesinho, Lucinho, Zé Carlos e Amilton Melo. O técnico Moésio Gomes também faleceu. Não tenho notícias de Ozires, Ronner e Íris. Há algum tempo encontrei o ponta-direita Haroldo. Geraldino mora em Juazeiro.  

RECONHECIMENTO

Muito se fala no quadrado de ouro, montado pelo técnico Moésio Gomes no Fortaleza. O auge foi mesmo em 1974: Chinesinho, Zé Carlos, Lucinho e Amilton Melo. Hoje, pouco se fala em Zé Carlos, que era chamado de Zé Carlos Ganguru. Por uma questão de justiça, ressalto a importância que ele teve no esquema. Sem Zé Carlos, talvez o quadrado não tivesse chegado tão perto da perfeição. 

MISTÉRIOS

O clássico-rei tem seus mistérios e encantos. Cada clássico tem sua própria história. Dizem os mais experientes que o clássico nivela os rivais. Mas o contrário pode ser também: os rivais nivelam o clássico. Nesse tipo de confronto, entram fatores que escapam da análise eminentemente técnica. A sorte e o azar trafegam em campo sem serem notados. E, às vezes, definem. É incrível. 

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